sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Camisa 10

Ele nasceu dia primeiro de Janeiro. Seu sonho era ganhar a Copa do Mundo. Também tinha desejos de uma vida melhor para todos, mais educação, segurança, muito dinheiro no bolso e saúde pra dar e vender. Ao longo do tempo passou por poucas e boas. Eleições marcaram sua vida e até reacenderam seus sonhos. Não foi um bom menino o tempo todo. Ao contrário! Andou pisando na bola, derrapando aqui e ali, deixando a peteca cair às vezes e cortando na hora errada. Encheu demais o garrafão, errou o alvo, bateu cabeça...
Mas também comeu grama quando foi preciso. Entrou de sola, pra mostrar quem manda. Foi um menino que amadureceu rápido. Entre vitórias e derrotas descobriu que a vida é curta. De repente, já estava quase sem pernas para continuar em campo. Foi alvo de críticas e aplausos. Nem sempre  entendido como gostaria. Quando pressionado se manteve firme. Mesmo quando ganhou cartão amarelo e foi ameaçado de expulsão, não pediu pra sair. Queria jogar até o fim.
Falar dele agora é um exercício fácil de memória. Tudo ainda está dentro da área. Fresquinho como uma boa ducha após uma partida com cara da batalha. Falar dele é também falar um pouquinho de cada um de nós. Ele não existiria sem a nossa torcida. Nem seria verdade se aqui não estivéssemos.
E envelheceu tão depressa! Nesta sexta, dia 31, viveu seu último dia. Foram 365 de intensa atividade. Lá se foi 2010... Um ano que bateu um bolão. Mesmo agora, em que passou a ser uma lembrança, ainda está vivo. Difícil uma despedida assim, apagando tudo e olhando só para o ano que termina em 11. Do que passou quero guardar os melhores abraços, as comemorações, os gols de placa. As oportunidades disfarçadas que soube enxergar e descobrir. As amizades sinceras que permitiram que o trabalho fosse feito em equipe... E as vitórias e derrotas compartilhadas com mais gente.
Mesmo que não possa dar a ele o troféu de melhor da história, diria que o ano velho está entre os grandes. Foi valoroso enquanto durou, e eterno na prateleira de alguns sonhos que comecei a realizar. Vai  2010, que 2011 te substitua com atuações impecáveis e um show de bola!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Entre datas e beijos

De todas as festas, as de fim de ano são as que mais me deixam sem saber o que fazer. Já desejei feliz ano novo pra muita gente que não vi no ano seguinte inteiro, e feliz natal para quem eu nem sabia se merecia ter nascido. Em aniversários, casamentos, formaturas, batizados e inaugurações a coisa me parece mais fácil. Mas o Natal, por exemplo, é complicado por sua própria natureza. Nasceu o Salvador, ok, concordo, embora saiba que a data não bate. Mas tudo bem. Se  tem que ser um dia, que seja pertinho do fim do ano. O que para o brasileiro é quase perfeito. O sonho de consumo é uma emendada com Janeiro, Fevereiro, no melhor estilo republicano. Mas e o  menino? Dele quase ninguém lembra mais. O Papai Noel tomou conta do babado. Parece até aquele rapaz do canal de vendas pela TV: compre, compre, compre...
Já o Réveillon, palavra cada vez menos usada, é o segundo tempo do Natal. Mas tem seus complicadores também. A chatice da data aumenta à medida que a gente navega pelas mídias. As duas últimas semanas do ano parecem não existir. Tudo o que tinha que ter acontecido já foi... “Não espere nada! Deixe para o ano que vem e coma, beba, se lambuze. Entre uma refeição gigantesca e outra, reflita, medite, repense, planeje, sonhe”. De que jeito? É congestão na certa...
Por falar em comida, algumas delas ainda não me convenceram. O peru, por exemplo. Carne mais sem graça. Sequinha, branquinha, durinha. Pra piorar geralmente vem rodeada de coisas doces. E as lentilhas... Até gosto de uma sopinha cheia delas, só não consigo ligar aquelas bolinhas verdes achatadas a uma refeição farta e suculenta. E depois do que Jacó fez com Esaú, não tem como acreditar que dão sorte. Peru e lentilha tem mais apelo para quem quer começar a dieta do ano seguinte.
E as simpatias? Ah, a virada de ano. Escrever numa folha de papel tudo o que foi ruim e deixou a gente triste. Depois queimar, desmaterializando tudo o mal. Aí, no dia primeiro, escrever o que se  almeja para o ano que começa. Tem aquela da taça da prosperidade. Só que nessa é preciso comprar o cristal certo, trocar a água sempre. Dá tanto trabalho, que se eu me dedicar assim no que faço é bem capaz de obter um sucesso cristalizado, sem precisar da simpatia.
Bem, claro que mesmo azedo em relação ao que o dinheiro tem feito com o calendário, desejo um  2011 com a casa arrumada para todos. A data está aí. E se for pra mudar alguma coisa que seja a partir  da simpatia do sorriso. Que o presente seja o estar junto. E a prosperidade  para todos. E que você seja mais feliz, sem precisar olhar pra agenda.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Que Mário?

Você conhece o Mário? Que Mário? Aquele... Assim começava uma velha pegadinha que eu  não tinha o hábito de passar pra frente. Acho que por causa dos Mários que conheci e tanto bem me fizeram. A exceção é o dentista onde meu pai me levava. Aquele Mário, o  Melancia, ficou na minha memória, impregnado como um tratamento de canal. Só de ouvir o motorzinho ou imaginar a agulha da anestesia fico apavorado. Até hoje! Seu Benedicto e Mário Melancia me devem a dor desse trauma. Meu velho ainda me deve outra: Sou Júnior, e ser chamado de Benedito sempre precisou de uma explicação.
Fora o Mário do consultório, amigos com esse mesmo nome e especialmente escritores, fizeram de mim um homem melhor. O Vargas Llosa, por exemplo: quer um Mário que tenha entendido tão bem o universo da América Latina? E Mário de Andrade? Que ao escrever sobre o homem do Norte do país lembra: “Esse homem é brasileiro que nem eu”. E o Quintana? O homem que nunca escreveu uma vírgula que não fosse uma confissão. É dele a frase que diz que a amizade é um amor que nunca morre. E que o pior dos problemas da gente é que ninguém tem nada com isso.
Tem também o uruguaio Mario Benedetti. Quase um xará. Quem dera! Um dos maiores autores do mundo hispânico, influência de tantos outros escritores e candidatos ao céu das palavras.  Testemunho de mim mesmo foi sua última obra; Biografia para encontrar-me era o livro em que estava trabalhando, quando morreu em 2009. Só os títulos já são uma aula.
Outro Mário que sempre me fascinou, pelo que escrevia, produzia, interpretava, é Mário Lago: “O tempo não comprou passagem de volta. Tenho lembranças e não saudades”.
São tantos Mários, e tantas letras. Mas um sonhador de crônicas não poderia deixar o Prata de fora. Ainda mais depois de conhecê-lo pessoalmente.  Mário Prata das revistas, dos livros, dos jornais... Que delícia ler a história de um casal discutindo a relação em pleno show do João Bosco. E é assim que ele nos leva ao encontro do que pensa.
E foi estudando mais de Mário Prata que os nomes se encontraram. Mas será o Benedito?, é uma coletânea de ditos populares. De um escritor que pesquisa muito. E a expressão nasceu de uma história engraçadíssima, que virou até piada. Pode procurar, vale a leitura e as descobertas. E olha que ainda teria o Mário Ventura, o Chamie o  Lúcio... Você conhece os Mários?


quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Eu acredito em sereias

Quando precisei levantar uns trocados a mais, pro orçamento de estudante não esvaziar antes que o mês acabasse, fui trabalhar na bilheteria de um teatro. Era noite de Sereias da Zona Sul, com Miguel Falabella e Guilherme Karan. Um sucesso de público em todo o país. Texto  genial, que reunia dois talentos que todo mundo queria ver. Era riso garantido. E em Curitiba, teatro, arte e cultura, são ingredientes que fazem transbordar qualquer sala de espetáculos.
E era aí que morava o perigo. Em 1988, quando isso aconteceu, comprar com cartão não era tão comum como hoje. Pagar via celular então era algo que nem a ficção científica conseguia imaginar. Ser caixa de bilheteria, em dia de show grande e lidando com grana viva, só poderia ser pior se o funcionário tivesse dificuldade com cálculos e troco. Exatamente o meu caso!
A fila dobrava o quarteirão, e tinha pressa. Estava frio e a chuvinha fina fazia a clientela esconder o sorriso atrás do cachecol. Nem o muito obrigado dava pra ouvir direito. Quando era falado, claro. Pior ainda era trabalhar sem luvas. Que dia aquele! Dentro de um cubículo, esperando o show começar logo pra poder tomar um chocolate quente.
Foi quando apareceu um casal que jamais esquecerei. Da loira eu só via um pedacinho da franja e os olhos azuis husky-siberiano. Belos e claros, quase transparentes. E ele era moreno, sorridente, nem parecia que tinha ficado um tempão esperando pelas vagas na fila D, poltronas 21 e 22.  Quase as últimas daquela sessão. Pagou, saiu com pressa para fugir do castigo da temperatura e se foi. Atendi mais alguns e na hora de fazer as contas, não bateu. Comecei a suar. A grana que faltava era meu pagamento do dia e mais um pouco. Contava com ela como quem conta com o prato cheio e a cama arrumada. O que foi que eu fiz? Que furada eu dei...
Quando eu já começava a falar sozinho, perguntando como iria fazer pra pagar o rombo, aparecem a loira e o cara. Queriam saber se eu não tinha sentido falta daquelas notinhas preciosas, que ele me apresentava entre as pequenas grades da bilheteria. Pra aumentar a minha esperança na humanidade, falou que contou o troco só depois. Quando já estava no restaurante com sua noiva, e percebeu meu furo, voltou imediatamente.
Agradeci muito. E eles agiram com a maior naturalidade. Recomendaram que eu fosse me aquecer logo e que me cuidasse bem. Iam esperar ali por perto a hora de começar o show. Naquela noite, pra mim,  o melhor espetáculo aconteceu lá fora.

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Só muda o endereço

Em casa, quando a pasta de dentes está cheia, a porção que vai pra escova é sempre mais generosa. Depois de uns dias o tubinho vai murchando e na mesma medida economizo mais. A vontade é de segurar ao máximo. Como se o recipiente fosse durar para sempre e a pasta, de alguma forma milagrosa, não acabasse mais. Jurei que cortar o tubo pra cavar lá dentro, isso não faço mais.

E quando o gel também está cheio, a estratégia  é a  mesma:  bastante no começo, depois uma dose menor, outra, de repente está ali um pote, com quase nada dentro. Não ser por qual razão não acabo logo com ele e jogo fora. Já aconteceu de ficar um quase vazio por semanas, ao lado de outro e mais outro cheio. Um apego capilar ou avarento, que ainda não descobri qual é.

Percebi que é assim com vários dos produtos de uso pessoal. O desodorante praticamente acabou, dá sinais de que o spray já respira por aparelhos, mas ele permanece ali na pia, esperando o lixão.. Não, não adianta chacoalhar mais: se acabou, acabou... Sei, mas não aprendo!

E os calçados velhos? Duvido que seja só comigo. Vai me dizer que você não guardou aquele tênis seboso? “Uma hora dessas pode ser útil. Vai que faço uma trilha, ou vou pescar, ou ainda precise andar um pouco no sítio daquele amigo que visitei em 2005”.

Camisetas também são produtos facilmente acumuláveis. Aí é que estufa o problema. Guardar onde? Uma pilha, duas, três pilhas de camisetas. A maioria branca, com a data de um evento na frente e um patrocinador atrás. Se usasse uma por noite pra dormir, ainda assim ia faltar sono no mês para vestir  todas.
E as meias e cuecas então? Um apego íntimo com algumas delas cujo elástico já se foi faz tempo. Os furinhos já denunciam os maus tratos e  a falta de cor apontam que já são incapazes de proteger ou segurar qualquer coisa.

As calças jeans sim, resistem ao apocalipse. Tenho uma  que é o grande desafio do tempo. Quando nova tinha cor azul forte US Top. Hoje está tão clarinha que mais parece uma Levis 501, com botão e cintura alta. De qualquer modo só está lá no guarda-roupa  como peça de museu. Já não uso número 40 faz algumas modas.

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Sávio do livro

Ele chega cedo. Com seu carrinho a reboque aparece na praça para vender os livros. A cada dia o sebomóvel do Sávio está mais cheio de novidades. Sempre pela região do Flamengo, o livreiro, que é conhecido de toda a vizinhança, fez da paixão pelas letras um empreendimento de sucesso. Espalha Machado, Tolstoi, Clarice, Monteiro Lobato por toda a extensão da calçada.
Livros que um dia custaram uma grana preta hoje adormecem por ali. A partir de um real é possível encontrar uma boa leitura. Com três reais dá pra levar um clássico. Com dez  então, felicidade garantida.Também por conta do vendedor: Sávio é entendido do assunto. Conhece os autores, fala com paixão sobre dramas, romances, policiais,  crônicas, poesia. E não despreza ninguém. Escreveu, publicou, valeu. O livreiro da praça admira a todos. Sabe o valor da palavra, mesmo que ela custe tão pouco.
Quando o conheci, numa dessas viagens ao Rio que todo mundo deve fazer, comprei, conversei, especulei... passei a admirar seu trabalho. Sávio é um homem  apaixonado pelo que faz. E que ninguém diga que é pirataria. Ele não copiou nada, na verdade adotou livros que ninguém mais queria e lhes deu uma  chance. Comparei o que Sávio faz aos  brinquedos do desenho Toy Story. Com sua oportunidade de voltar para os braços de uma criança feliz.
Soube que o livreiro agora entrou numa nova empreitada. Subiu o Morro do Alemão. Decidiu que além do Bope a comunidade precisa dos livros. Montou a Unidade de Leitura Pacificadora. Uma vez por semana vai distribuir livros para os moradores. A ideia é voltar na semana seguinte, recolher os que deixou e entregar outros. De revista em quadrinhos ao romance Guerra e Paz de capa dura. No morro ninguém paga nada. Sávio do Livro agora também é uma empresa de responsabilidade social. Com todas as letras!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Amigo (secreto) é pra essas coisas

Pela  manhã, checando as mensagens, links, possibilidades, contatos e abóboras que navegam pelas redes, bati de frente com o pedido de uma internauta. Ela procurava seus seguidores para que lhe desejassem sorte. O motivo? Era dia de escolha dos nomes do amigo secreto na empresa onde trabalha. A moça deve ter um histórico assustador em eventos do gênero. Só uma enxurrada de presentes do 1,99 faria alguém procurar centenas de outros alguéns para pedir algo assim. “Gente, hoje tem sorteio do amigo secreto, me desejem sorteeeeeee!!!”,  assim mesmo, quase implorando.

Depois de quase censurá-la passei a limpo minha própria trajetória de amigos-secretos, ou ocultos, conforme a região. E  não é que estou pra pedir que me desejem sorte também? Nunca me dei bem em festas assim. Ou o amigo não vai, ou manda alguém dar o presente. Esses são os piores. Compram um vaso, ou um suporte de papel higiênico e deixam para que o Antenor do RH entregue em seu lugar. Não tem nem aquela introdução, que pelo menos dá uma graça e um suspense, além de massagear o ego. “Meu amigo é uma pessoa que todos gostam, é simpático, tem estilo”, frases típicas da hora da revelação e que ficam chatíssimos da décima declaração  em diante. Depois que alguns já receberam e entregaram o presente a conversa aumenta, ninguém mais presta atenção, vira uma coisa. É a hora que a gente promete que nunca  mais entra numa fria assim.

Decidi que se voltar a participar de amigo-secreto será na mais absoluta abnegação. Vai ser na base do é melhor dar do que receber. Tô decidido! Expectativa zero. Se vier algo, maravilha, valeu, foi muito bom. Mas meu negócio agora será dar e me alegrar com a alegria do felizardo. Para provar, já me inscrevi em duas dessas festas e estou me escalando pra mais algumas. E até já comprei uns presentinhos: um CD do Wando,  um tabuleiro com jogo de damas, pen drive de dois giga e o supra-sumo do ano, um controle remoto universal da LJ, isso mesmo, um genérico da LG que o boliviano que me vendeu garantiu que funciona mesmo.  

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Sete Pragas


Sete Pragas tinha 74 anos. Santo, seu filho, beirava os 50. Do casamento, ou ajuntamento com alguém de quem ele não falava o nome, nasceu Santinho, que com 10 anos de idade já era especialista em enganação. Junto com Santo e Sete Pragas o garoto já desempenhava papel importante, nos golpes aplicados pela família.
E não tinha muito segredo. A vovó, batizada sabe-se lá porque de Sete Pragas de Jesus, era uma atriz perfeita. Entrava numa agência bancária, com jeito de quem não fez pecado, esperando seu lugar na fila. Só que uma senhora naquela idade não podia esperar. Logo o mar de gente se abria para que ela pudesse chegar, perto da terra prometida do caixa cheio. Era onde começava o show:  falava alto, reclamava do calor, depois vinham as palavras cortadas ao meio, lágrimas, de repente, “ai meu Deus, acho que vou morrer”, gritava, atirando-se nos braços do mais próximo. As atenções estavam nela. Caixas, segurança, gerente, clientes, todos se compadeciam daquela pobre velhinha se despedindo do mundo dos vivos. A deixa ideal. Santinho entrava correndo e em prantos se jogava sobre a avó. Tudo muito bem ensaiado.
Era aí que Santo chegava e anunciava o assalto. De pronto exigia que toda a grana fosse entregue para o quarto membro do grupo, o Jorge Miguel. Um sujeito alto, com uma barba vermelha, sardento como poucos e feio como muitos. Não era muito inteligente, mas servia para encher a sacolinha. A vovó continuava fingindo o desmaio e o netinho virava refém. O desespero se estabelecia e Santo enriquecia. Tudo era ligeiro. Não havia porta giratória e a polícia da cidadezinha contava com uns quatro ou cinco valorosos soldados, devidamente amarrados e amordaçados na noite anterior. Para garantir o golpe o   telefone também era cortado. O corte era sempre feito por Golias, um anão que entendia como poucos de fios de luz e telefone. Depois de se encher de dinheiro, Santo levava o menino e começava a fuga. A vovó ficava. Quem iria desconfiar que aquela senhora, que abriu a fila como quem abre o mar vermelho, era a chefe do bando?
Dava pra fazer o assalto sem a performance da vovó e do garoto? Santo dizia que sim, era só entrar a anunciar a presença do bando, mas não teria a menor graça sem a encenação.
Não sei quantos golpes o bando deu. Disseram que isso durou mais alguns anos. Até que Sete Pragas passou mal de verdade e morreu antes da deixa. Santo ainda tentou uns golpes em carreira solo, sem sucesso.  Santinho fugiu de casa para virar pagodeiro. Até fez m música pro pai,  baleado por um marido ciumento num boteco qualquer. Safadeza do destino, o assassino era segurança de banco. Golias foi preso, mas conseguiu diminuir a pena prestando serviços no presídio. Redução de pena para anão parece piada pronta, mas foi o que aconteceu. Jorge Miguel continua na cadeia. Sem advogado, sem os amigos do bando, acha melhor ficar por ali mesmo. A vida perdeu a graça sem o teatro.

domingo, 14 de novembro de 2010

Pão da vida

Salustiano sempre gostou de pão. Descobriu logo cedo que seria padeiro. E a descoberta veio pelo cheiro; é verdade! Ainda criança, no Maranhão, sua maior alegria era viajar até a cidade com o pai, a mãe e os irmãos na carroça. Pense num trajeto demorado! Parecia que não chegava nunca. Salustiano queria chegar logo na padaria. Sentir o cheirinho do pão quente, feito na hora, comer um bom pedaço, sem perder nem uma casquinha. E não precisava de manteiga não. Mas se tivesse, rapaz...coisa boa demais da conta.
Quando me contou sobre essa paixão, pelo pão que lhe deu vida, Salustiano ficou emocionado com as imagens que sua memória buscou em algum forno do passado. Quando não era possível ir à cidade, o padeiro surgia lá na curva da estradinha, com dois jacás, ou cestos - tratou de explicar logo e socorrer minha ignorância. E quando o jumentinho carregado de pão aparecia, que festa. A alegria começava pelo estômago e enchia a boca de água. O pãozinho deles de cada semana estava chegando. E nem sempre era possível comprar. Outra lembrança, agora já não tão saborosa.
Naquelas idas e vindas da cidade, ou no caminho que o padeiro fazia, nasceu um sonho, vocação, um objetivo: Salustiano decidiu que seria padeiro. Hoje, quando entro em sua padaria, que fica bem perto de casa e que ele abre bem cedinho, é dessa história que me lembro. Não posso deixar de comprar o pão ali. É  mais do que ser cliente. Virei fã! E o pão é bom mesmo. Como até as migalhas.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Frases de Banheiro - Sensação Profunda - Crônica publicada no Diário da Amazônia dia 11.11.10


Sempre fui apaixonado por frases, citações, insights criativos, aquelas tiradas geniais que lemos ou um amigo solta assim, do nada. Algumas vezes graças ao embalo de uns goles a mais, não importa. O que vale é a palavra que fica. Mas as frases de banheiro sempre causaram em mim uma curiosidade digestiva. Talvez por nunca ter conseguido escrever nada naquelas portas em momentos de absoluta solidão e esvaziamento.
O pior é que tem algumas delas que mexem com a gente, numa hora em que mexer é algo improvável e quase impossível. “Enquanto você está aí cagando, tem um japonês estudando”. Ora, que frase é essa? Quer dizer que ele não vai ao banheiro nunca? Ou estuda sentado no vaso? Só faltava eu descobrir que japonês estuda até nessa hora. Momento que combina mais com um gibizinho, uma revista, um livro ou até mesmo uma tuitadazinha no smartphone. Mas estudar não . Vira um entra e sai desconectado.
Tem outra que é fantástica: “Aqui termina a obra de um grande cozinheiro.” Nem sempre. Muitas vezes ali começa a obra de uma péssima refeição. Passa a ser o maior dos alívios. Acho que as grandes inspirações nos banheiros nasceram na hora da dor de barriga. Claro que a maioria delas não pode nem chegar perto desta página. Mas certamente você já leu muitas. E  tem uma que acho genial: “Eu sei que isso não foi um espirro… Mas mesmo assim… Saúde!”
Tinha  curiosidade de saber qual é a realidade dos banheiros femininos. Se elas são tão criativas e inspiradas quanto os homens. Alguns verdadeiros mestres na arte da escrita latriniana. A internet, por exemplo, até já segmentou o tema. Tem páginas só com frases escritas em banheiros masculinos. Outras só para aquelas feitas na escola. E tem site especializado no tema, que introduz o assunto com uma verdadeira aula de história dos vasos sanitários. Foi num deles que aprendi que na Roma antiga era comum a utilização de banheiros públicos para homens e mulheres. Isso mesmo! Tudo misturado. E alguns desses banheiros eram usados para longos e acalorados debates. Certamente a frase “esse assunto está me cheirando mal”, nasceu ali.
E foi graças a segmentação que descobri que elas são criativas e bem-humoradas. Ainda bem que existe o Google. Já pensou que explicação eu teria que dar se fosse flagrado fazendo a pesquisa na porta do banheiro delas? E foi uma mulher que escreveu: “O casamento em si não é problema, o problema é o casamento em mim.”
Legal é a iniciativa do Museu da Língua Portuguesa. Antes que escrevessem algo nas portas do banheiro, tratou de registrar ali algumas frases. Medida preventiva e criativa. “A lei dos odores ainda não foi promulgada, mas virá reinar sobre nossos cérebros; prefere teu nariz, a todos os outros órgãos”. Humm, sei não; prefiro a lei da gravidade!

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Você conhece Gareth Bale?

Existe vida...
Quem acompanha o futebol internacional também descobriu o novo talento da bola: Gareth Bale. O ala do Tottenham e da seleção do País de Gales, é o podemos chamar de jogador moderno. Contra a Internazionale de Milão, pela Copa dos Campeões da Europa, marcou três gols no primeiro jogo e deu assistência para outros três partida da volta. Jogos em que deixou com a maior dor de cabeça dois brasileiros, Maicon e Lúcio. O lateral da Inter não economizou elogios ao jovem talento galês, seu algoz nos duelos da UEFA.
Lá fora
Por que, cargas d’água, resolvi falar de um jogador estrangeiro? Simplesmente porque o futebol do rapaz é de encher os olhos mesmo. Além disso, creio que o fracasso na Copa nos serviu como lição de humildade. Temos jogadores talentosos, isso é indiscutível, mas também precisamos dar uma olhada lá fora para ver o que os talentos de outros estão fazendo e como o futebol tem mudado suas características.
Bota ponta!
Bale, o personagem de hoje,  atua pela faixa lateral do gramado. Mas seu ídolo é um atacante: Ronaldo, o Fenômeno. O que isso quer dizer? Que ele é um ala que busca o gol,  quer o ataque, joga em direção à meta adversária. Também quer dizer que nosso futebol, como diz meu amigo Ronald Lage, precisa sair da faixa entre os bicos das grandes áreas e deixar o balão de lado. Lembra do personagem do Jô que vivia pedindo um ponta? Pois é. Não que eu esteja pregando a volta dos pontas,  mas uma melhor utilização das laterais. O garoto de quem falo é um exemplo. Faz cruzamentos mortais e quando necessário joga por dentro, como poucos.
Escassez de 10
E aqui por perto temos outros exemplos de jogadores que podem inspirar e mexer com nosso cenário pouco criativo. Você já conhece Montillo, é claro. O craque do Cruzeiro que usa a 10 como ela merece. Tem também o Conca, outro craque que engrandece o Brasileirão. Mas já ouviu falar de Jorquera, Medel, Mosquera, Flores, Rodrigues, Torres, Fórmica, Ramirez e Grazzini? Eles  são outros meias que por ora estão na Argentina, Uruguai, Chile e Colômbia, prontinhos para a importação barata. Enquanto nossos camisas 10 permanecerem como marcadores e segundos-volantes, que tal mais algumas pitadas de talento de fora? Até que um dia voltemos a deixar, nas categorias de base, que os jogadores criativos continuem criando.
Good bye
Enquanto isso, nossa esperança de voltar a ser o 10 prepara sua malas rumo ao futebol dos Estados Unidos. Ronaldinho Gaúcho recebeu proposta do Galaxy, de Los Angeles, time de Beckham. Com seu contrato a caminho do fim, o brasileiro pode encerrar a carreira longe do topo, mas com a conta cheia.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

O labirinto

O labirinto

O mundo passou por muitas mudanças. Não é preciso mais lavar fraldas, nem levantar para mudar de canal, nem rodar a manivela para fechar o vidro do carro, nem escrever uma carta, nem fazer comida, nem um mundaréu de coisas. Está tudo mais fácil, prático, confortável, dinâmico, acessível, rápido, simples. Bem, nem tudo está tão simples assim. Entender como funciona a cobrança da conta telefônica é algo que ainda me parece complicado. Mas isso talvez seja  só comigo.
Mas hoje, quando circulava pelos corredores do supermercado, à procura de ingredientes para fazer aquele que minha família chamaria de meu melhor macarrão dos últimos tempos, notei que algo não mudou, e talvez nunca mude: homem não sabe fazer compra!
Pode ver. Pode perguntar. Reflita: no comando de um carrinho de compras somos os últimos colocados. Não encontramos os produtos. E demoramos ainda mais porque além do orgulho masculino de evitar ao máximo pedir qualquer informação, nossa visão pouco periférica impede que olhemos para as placas sobre as gôndolas. Homem odeia o que parece óbvio, porque tem um prazer indescritível em complicar as coisas. Precisa sempre dar seu parecer, sua opinião mais abalizada e contundente. Por isso demora uma década num local onde elas entram e saem como se tivessem nascido entre a seção de frios e o caixa.
Isso não é sinal de preconceito não. Nem sou daqueles que acham que lugar de mulher é pilotando um fogão. Até porque, quando o homem põe a mão na massa, sai o perdido no supermercado e entra o superchef. Portanto, nada de interpretar que eu acho isso ou aquilo a respeito delas. Apenas escrevo sobre uma constatação. Não recebemos o chip para comprar direito, e pronto.
O maracujá tem que estar mais pesado, o limão mais fofinho, o mamão tem e a cor certa e o abacate tem que ser comprado um pouco antes do ponto, nem mais nem menos. Olha isso! Se não fossem algumas instruções que elas passaram, estaríamos na seção de frutas e verduras até hoje. Apodrecendo entre as maças argentinas e as bananas nanicas. Que de nanicas não tem nada. Outra coisa que não entendo.
E o preço? Eis aí outro território que não dominamos. Homem bate o olho, gosta e compra. Ou compra e gosta. Uma calculadora não mão? Pelamordedeus!!! Nunca vi um marmanjo com uma dessas em corredor algum. Seria a vergonha das vergonhas. Lista também não pega bem. Elas mandam a gente para o desafio da compra e lá vamos nós com a memória de nunca e a pouca paciência de sempre. O resultado você já sabe. O arroz não era aquele, o pão era integral e o papel higiênico não precisava ser azul.
O bom de tudo isso é que a revolução de costumes está nos obrigando a repensar muita coisa e aprender várias outras. E tem suas vantagens. A escala para o supermercado não é tão terrível assim. Vem com  suas compensações. Sozinhos, conseguimos pegar uma caixa de chocolate que não estava no script, um vinho que jamais entraria na lista e vários daqueles itens que ficam na cara do caixa. Claro que a conta passa do limite. O que pode ser uma tática inteligente. Se elas quiserem economizar, vão acabar tendo que fazer aquilo para o qual já sabem que não estamos preparados. Ou aceitar que homem em supermercado é como uma criança grande. Se contenta só com o que o deixa contente. A diferença é que a birra ele só faz em casa. Melhor elas irem com os filhos. Mas, por favor, não esqueçam o  danoninho!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Aquarelas do Brasil

A situação do lugarejo era péssima. Faltava água, a luz durava pouco e emprego que era bom, virou artigo de luxo. As poucas famílias que ainda teimavam em viver ali, resmungavam o azar danado, entre uma ou outra lembrança de um tempo bom, que não voltava mais. A saudade dos filhos era o que mais apertava. A moçada tinha ido embora. Um ou outro, menos corajoso, ou mais desavisado, tinha ficado por aquelas paragens. Sombria, sem vida, a cidadezinha ia de uma missa a outra, de domingo a domingo, minguando como um postal amarelado.
De repente, aparece na praça da matriz um rapaz num carro lilás borboleta. O que já era muito pra se tornar notícia de primeira página, caso ali tivesse algum jornal ou algo parecido. Mas tudo andava tão devagar que até o satélite demorava mais tempo para identificar o lugar. Quando o moço abriu a porta, tirou os óculos brilhantes igual aos de artista de novela, ficou familiar. Era o Juca, filho da Anastácia, da mercearia.
Juca atravessou a rua, chamou pela mãe e foi um alvoroço. Fazia tempo que ele tinha saído pra estudar na cidade grande. Lá de vez em quando é que chegava uma carta ou outra, dizendo que tudo ia bem, no curso de Belas Artes. O que a população inteira não sabia direito do que se tratava. Sabiam que era coisa chique. Menos seu Zito, que insistia em afirmar que o filho da Anastácia tinha ido estudar pra virar boiola.
Pois até o Zito foi conferir de perto a nova estampa do rapaz. Beijos, presentes, explicações sobre a cor do carro, cheiro de perfume no ar e uma frase que espantou a todos. Juca tinha voltado pra ficar. Vai fazer o que o menino aqui nesse fim de mundo? Foi a frase mais falada na hora que se seguiu. Mesmo depois da explicação.
O rapaz tinha voltado com um projeto. Uma ideia na cabeça. Para a maioria uma maluquice, que não pegaria. Nada mais dava certo ali, acreditavam todos, com provas de sobra. Mas dona Anastácia acolheu emocionada tudo o que o Juquinha falava. Um bolo de fubá e uma boa xícara de café rechearam a primeira reunião que ele fez com uns quatro ou cinco que ainda permaneceram depois da surpresa inicial.
Na verdade o encanto passou quando Juca desandou a falar que iria colocar a pequena cidade no mapa cultural da região. Mapa cultural? Que diabo é isso? Conheço mapa de estrada, aquelas da quatro rodas, afirmou o filho do Zito; desconfiado de que o pai pudesse mesmo ter razão, e com umas pontas de inveja, por ter ficado lá e visto o colega voltar empavonado.
Mas o Juca arregaçou as mangas. Conseguiu uma área abandonada, com um galpão velho, e ali deu início ao projeto que havia planejado na faculdade: pintar as portas da e muros da cidade com obras de arte. Cada porta um quadro novo. Cada muro uma mensagem. Cada fachada um desenho. Dias depois alguns outros carros, gente ainda mais esquisita que ele, começaram a chegar na cidadezinha. A casa da Anastácia virou pensão. A praça da matriz estacionamento de carros e motos. O atelier, no galpão, virou escola. A criançada não via a hora de sair da aula pra se encontrar com os artistas. Havia cores no ar.
Em pouco tempo, Luzeiro das Almas saiu numa revista nacional. Como referência de um trabalho artístico que mudou o cenário local. Outros filhos voltaram. Nem todos artistas plásticos, mas todos muito orgulhosos. O Juquinha, bom menino, como mudara o discurso o seu Zito, fez de um sonho e latas de tinta, um novo lugar. Hoje tem turista de mundo todo. E artista disputando para pintar portas e paredes da cidadezinha. Mas agora é preciso esperar. O Hotel Anastácias só tem vaga pro ano que vem.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Jodinilson Paçoca, o especialista

Tenho amigos especialistas em quase todas as áreas. Aliás, quem não tem? Toda turma conta com o sujeito que entende de alguma coisa. Tem o que manja de vinho. Sabe tudo sobre Malbec, Cabernet, Merlot ou a uva que estiver no rótulo. Faz pose pra sentir o aroma e dá aula sobre o tema até ficar chato. Com umas taças a mais então, o que era chato fica insuportável. Um outro entende de cerveja: belgas, tchecas, alemãs, holandesas, britânicas, pretas, brancas, levemente escuras, amargas, de trigo, de cevada, seja o que for. O cara sabe de cerveja e pronto. Tem urticária quando alguém fala que cerveja é tudo igual. Ou que depois de uns copos não dá mais pra saber qual é a boa.
Pois então, na minha rede de amigos entendedores tem um que é uma raridade. Jodinilson Pinto de Alencar. Mais conhecido como Paçoca. Apelido do qual ele tem o maior orgulho. Tá até pensando em acrescentar ao nome. Só não sabe se coloca o Paçoca  antes do Pinto ou depois dele.
Eu que nem sabia que existiam vários tipos de paçoca, nem que tem a doce e a salgada, convivendo com Jodinilson acabei virando fã também. Não um mestre, mas um apreciador nas horas vagas. Especialmente aquela horinha vaga logo depois do almoço. Jodinilson é de Guaratinguetá, cidade paulista que ele garante ser a capital da paçoca. Ali começou, em casa, a desenvolver o gosto que se transformou em especialidade. E ele  é um sujeito que põe a mão na massa. Compra bem e ainda sabe fazer uma paçoquinha e tanto. Já tentou até me ensinar. Garantiu que com uma receita simples eu dou conta do recado. É só triturar juntos 100 g de amendoim torrado e sem pele com 100 g de açúcar, 50 g de farinha de milho e 50 g de farinha de mandioca, ou usar só 100 g de farinha de milho, depois vai ficar uma mistura bem fina, e... bem, ele desiste ao ver que sou daqueles que preferem a gôndola do mercado e até conhecê-lo mal comprava paçoca. Quando o fazia era pelo preço mesmo.
A última receita Jodinilson trouxe de Paraibuna. Como não me lembro de ter visto o Paçoca viajar recentemente, acho que ele pegou essa no Google. Mas, deixa pra lá. O importante mesmo é que a paçoca com banana e melado de caju estava extraordinária. E é legal sair com o Paçoca pra ir ao mercado ou feira. Até a paçoquinha industrial, aquela do pacotinho, que fica longe da elite onde está o chocolate e outros doces mais nobres, é visitada minuciosamente. Olha o rótulo, a procedência. Quando compra analisa a textura, morde com calma e depois saboreia. Diz que é preciso doer no canto da boca, assim, ali atrás. E ele gosta também da paçoca salgada. Nas próximas férias seu destino será Pirangi, no Rio Grande do Norte. Além das praias que convidam a um feriado eterno, parece que é lá que servem a melhor paçoca salgada do Brasil. Rapaz, deu água na boca. Paçoca no almoço e de sobremesa. Vou virar especialista!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Pelé! 70 vezes 10

Ídolo

Pelé comemora neste dia 23 o seu aniversário de 70 anos. Tudo bem que a ESPN mostrou que de fato o rei nasceu no dia 21 de outubro. Mas, vá lá, ele comemora hoje e nós também. Edson Arantes do Nascimento é o maior ídolo que o Brasil já teve e continua sendo reverenciado em todo o mundo. Encantou o planeta fazendo com a bola o que poucos fizeram, e dela seu caminho para o topo.

Craque

Restrições à parte sobre sua vida pessoal e opiniões nem sempre equilibradas, o Pelé de quem falo é o que fez do Brasil o time mais temido. Foi sua estreia em 1958 que abriu para nossa seleção um novo caminho nos gramados. Mesmo não atuando como gostaria em 62 e 66, Pelé consagrou-se em 1970 como o maior de todos. No Santos já havia provado isso.

Incomparável

Quem ama o futebol não se enquadra no perfil daqueles que tem memória curta. O mundo da bola é sim um emaranhado de fatos marcantes, conquistas gloriosas, fracassos retumbantes e personagens inesquecíveis. Claro que alguns países tem um Pelé a seu modo. A Hungria de Puskas, a Argentina de Maradona, a França de Platini e Zidane, e até a Alemanha de Beckenbauer. De todos esses o que mais se aproxima de Pelé é Maradona. Um fantástico jogador cujas conquistas não deram a ele o status do rei. Como também não deram a Garrincha, outro que muitos dizem ser do tamanho de Pelé.

Artista

Penso que os números do eterno camisa 10 da seleção, além de imagens incríveis do que ele foi capaz de fazer, fundamentam o mito e apontam para a verdade. Foi ele mesmo o que melhor desenvolveu a arte de encantar a torcida e enfeitiçar a bola. O Brasil tem, especialmente graças a Pelé, um respeito e temor que já passa de 50 anos em todos os lugares onde o idioma da bola é falado.

Mito

E o futebol é tão poderoso e mágico que se seres de outro planeta aparecerem por aqui, dizendo a cinematográfica frase levem-me ao seu líder, muita gente vai pensar em chamar Pelé para a conferência.

Eterno

Claro que apagar as velinhas junto com o maior de todos nesse dia, é também um bocadinho melancólico. Eu vi Pelé quando era menino. Sua chegada mais perto do final do jogo a cada ano, é também um sinal de que envelheço. O que também não é de todo mal. Envelhecer é estar vivo. Comemorar o aniversário de quem representa o que o futebol tem de melhor, é estar ainda mais vivo.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Enquanto uns mudam, outros melhoram

Academia corintiana de letras


Já disse por aqui que Tite é bom com as palavras. O que não significa dizer que sempre seja compreendido. Nem que sempre esteja no caminho certo. Ao afirmar que o Corinthians só leva o título se ganhar todos os jogos, proferiu a mais dura de todas as suas frases. Jogou um balde de palavra fria no torcedor. Sem vencer há sete jogos, o Timão teria então que subverter toda sua própria ordem para num giro mágico superar a tudo e a todos. Pelo jeito, nem com todo jeito com as palavras, tem jeito.


Ciganos F.C.


O Barueri virou Prudente, manteve o nome Grêmio, mas mudou de cidade. Saiu da grande São Paulo e tentou um novo rumo no oeste paulista. Com a queda bem perto a mudança parece não ter surtido efeito. Mesmo assim outros clubes decidem mudar de ares para ver no que é que dá. O Guaratinguetá foi para Americana, mas manteve o mesmo nome. Estranhíssimo caso: Guaratinguetá de Americana.


Outro


Agora é o São Caetano que ameça mudar de casa. Brigou com a prefeitura e aguarda propostas e juras de amor eterno para viajar de mala e chuteira para um novo destino. Sugiro São Caetano de Santa Rita do Passa Quatro.


Mestre


Falamos ontem aqui sobre o ranking dos treinadores, com Felipão entre os dez mais do cenário mundial e Arsene Wenger, do Arsenal, como o líder. Mesmo tendo ficado feliz por ver Scolari na lista, o que acho merecido, não consegui levá-la muito a sério. Afinal, Dunga é o 19º colocado; sabe-se lá Deus por quais razões. Opinião por opinião, tenho em José Mourinho o melhor e mais preparado de todos, com muitas léguas à frente. A forma com que mudou a cara do Real Madri em apenas três meses, sua vitória sobre o Milan no meio de semana e a maneira com que arma o time a partir do campo de defesa, explicam porque ele tem tantos títulos e é respeitado e reverenciado por onde passa.


Memória


Para Robinho o jogo em Madri foi triste. Entrou no final do segundo tempo, pouco pode fazer, e ainda foi vaiado por mais de 65 mil pessoas todas as vezes que tocou na bola. A torcida espanhola não o perdoa, pelo forma com que abandonou o Real. Tanto pediu pra sair, que saiu. Como também fez em Santos e no City. Sua chance no Milan é de provar que tornou-se um jogador acima de si mesmo. Mesmo que para isso tenha que colher alguns frutos em forma de vaias.

Vai que é tua

O bom desse jogo foi ver que Mano Menezes já tem seu lateral esquerdo. Marcelo, sob a batuta de Mourinho, tem se transformado num jogador completo. Habilidoso, consegue aos poucos superar sua maior deficiência, a defesa. Ainda bem que o técnico atual da seleção assiste aos jogos nos estádios e estava lá. Viu de perto que a 6 já tem dono.

O mundo é uma bola mesmo

Academia corintiana de letras



Já disse por aqui que Tite é bom com as palavras. O que não significa dizer que sempre seja compreendido. Nem que sempre esteja no caminho certo. Ao afirmar que o Corinthians só leva o título se ganhar todos os jogos, proferiu a mais dura de todas as suas frases. Jogou um balde de palavra fria no torcedor. Sem vencer há sete jogos, o Timão teria então que subverter toda sua própria ordem para num giro mágico superar a tudo e a todos. Pelo jeito, nem com todo jeito com as palavras, tem jeito.



Ciganos F.C.



O Barueri virou Prudente, manteve o nome Grêmio, mas mudou de cidade. Saiu da grande São Paulo e tentou um novo rumo no oeste paulista. Com a queda bem perto a mudança parece não ter surtido efeito. Mesmo assim outros clubes decidem mudar de ares para ver no que é que dá. O Guaratinguetá foi para Americana, mas manteve o mesmo nome. Estranhíssimo caso: Guaratinguetá de Americana.



Outro



Agora é o São Caetano que ameça mudar de casa. Brigou com a prefeitura e aguarda propostas e juras de amor eterno para viajar de mala e chuteira para um novo destino. Sugiro São Caetano de Santa Rita do Passa Quatro.



Mestre



Falamos ontem aqui sobre o ranking dos treinadores, com Felipão entre os dez mais do cenário mundial e Arsene Wenger, do Arsenal, como o líder. Mesmo tendo ficado feliz por ver Scolari na lista, o que acho merecido, não consegui levá-la muito a sério. Afinal, Dunga é o 19º colocado; sabe-se lá Deus por quais razões. Opinião por opinião, tenho em José Mourinho o melhor e mais preparado de todos, com muitas léguas à frente. A forma com que mudou a cara do Real Madri em apenas três meses, sua vitória sobre o Milan no meio de semana e a maneira com que arma o time a partir do campo de defesa, explicam porque ele tem tantos títulos e é respeitado e reverenciado por onde passa.

domingo, 17 de outubro de 2010

Oração do homem que não sabia que sabia pedir

Que homens e mulheres consigam viver uma realidade na qual não precisem pensar pelo estômago...

...que a opinião seja respeitada, mesmo que ainda existam aqueles que insistem em afiar a lâmina da guilhotina...

...que o futuro não pareça tão distante, mesmo que o calendário insista em dizer que é assim mesmo, apesar de tudo...

...que sonhar seja permitido, mesmo que aparentemente estejamos acordados...

...que aquele que abraçava só porque tinha interesses, ao menos retorne com um aperto de mão arrependido...

que os que choram, tenham acesso ao universo de quem ri, mesmo que as gargalhadas ainda não sejam permitidas...

que os que acreditam ter encontrado o caminho, tratem com amor os que enxergam com seus olhos outros rumos...

que assim seja, para todo aquele que o bem deseja, que seja assim, mesmo para quem crê que há um mal que não tem cura.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Para o amigo Antonio Thadeu Wojciechowski

Te entendo hoje
Muito mais do que entendia
Bem mais agora
longe
do que quando de perto ouvia

agora vejo tanto
que até escuto mais do que sabia
Palavras e sons com notas sóbrias
Embriagadas de poesia

África do Sul ignora legado da Copa do Mundo de 2010

África do Sul ignora legado da Copa

É assim que começa a matéria de Paulo Cobos, da Folha de São Paulo, que separei para refletirmos sobre os estádios que serão construídos no Brasil da Copa. Alguns deles em praças onde a bola rola mas a casa não enche.

Não deu outra. Os enormes e luxuosos estádios construídos para a Copa do Mundo da África do Sul não servem para o futebol local. A recém-iniciada temporada da liga sul-africana expõe essa cruel realidade.Os clubes fogem das arenas do último Mundial. Das 96 partidas da liga até o final do ano, apenas 20, foram marcadas para um dos dez estádios erguidos para o Mundial, que juntos custaram mais de R$ 4 bilhões.
Dos nove jogos realizados até agora em arenas da Copa, só a rodada dupla de abertura, disputada na Cidade do Cabo, teve um público bom. Foram usados diversos tipos de promoção para a distribuição de ingressos, e 43 mil torcedores foram à partida, pouco mais da metade da capacidade do estádio.
Nos outros sete jogos, o público presente foi um grão de areia na imensidão das arquibancadas --a média ficou em 3,2 mil torcedores.Segundo dados oficiais da liga sul-africana, o jogo entre Platinum Stars e AmaZulu levou só 200 pessoas ao Royal Bafokeng Stadium, que tem capacidade para 46 mil torcedores. No Mundial, abrigou até jogo da Inglaterra.
Principal palco da Copa, quando recebeu mais de 80 mil fãs por jogo, o Soccer City, em Johannesburgo, só abrigou um duelo da primeira divisão sul-africana. E apenas 5 mil pessoas viram o empate sem gols entre Orlando Pirates e Free State Stars.
Até estádios mais modestos, como o de Bloemfontein, foram preteridos por outros ainda mais espartanos.vOs clubes do país preferem estádios menores e mais próximos às suas sedes, diminuindo, assim, a chance de prejuízo.
Só para a limpeza das arenas após os jogos, calcula a federação, é necessário um investimento, em material e contratação de pessoal, de pouco mais de R$ 45 mil. Antes do início da temporada da liga, o futebol sul-africano já dava sinais que é muito pequeno para os estádios do último Mundial.

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

El parto de la madre tierra

Destinos

Foi impossível conter as lágrimas durante a cobertura jornalística do resgate dos mineiros no Chile. Não somente por causa do reencontro das famílias, mas também em função das histórias e curiosidades. O futebol estava presente. Manuel González, primeiro voluntário que chegou ao fundo da mina, e Franklin Lobos, um dos mineiros, foram adversários em 1985. González jogava pelo O''Higgins e Lobos, um dos mineiros soterrados, defendia o Cobresal e chegou a jogar pela seleção chilena. O reencontro do socorrista com o motorista, mostrado para todo o mundo, serviu para exibir que nem só de glamour vive o futebol, e nem só de riquezas minerais vive um país.

Família

O não de Parreira ao Corinthians é na verdade um talvez. Alegando ter assumido compromissos familiares e prometido que não mais trabalharia em 2010, o técnico deixou a porta entreaberta. Só que o Timão tem pressa. E por culpa do próprio clube. Quem disse que a causa da queda de rendimento foi Adilson Batista? E agora? Põe quem no lugar do rapaz? Se ele fosse ruim não estaria com uma série de propostas engatilhadas para o ano que vem. O que a diretoria não percebeu é que Cruzeiro, Fluminense e Inter pensaram longe, grande e com planejamento. Coisa que um time que se deixa influenciar tanto por torcidas organizadas não conseguirá nunca.

Eterno enquanto dure

Um fato curioso na Alemanha é o oposto do que vemos por aqui. E a ideia partiu do Mainz: oferecer um contrato vitalício ao técnico Thomas Tuchel. Com sete vitórias em sete jogos, a sensação da temporada lidera o Campeonato Alemão já com três pontos de vantagem para o Borussia Dortmund, segundo colocado. O diretor Christian Heidel disse ao jornal alemão “Bild” que está disposto a dar um contrato com prazo indeterminado a Tuchel. Segundo ele existe uma enorme confiança dos dois lados e o treinador incorpora a filosofia do clube. Ou eles tomam cerveja a mais ou são diferentes mesmo.

Política em campo

A Sérvia pode ter sérios problemas em seu sonho de integrar a Comunidade Européia. O mercado unificado pode fechar as portas por mais tempo em função de incidentes que vem ocorrendo dentro e fora do país. Nem mesmo estádios tem escapado. Autoridades garantem que a briga entre torcedores sérvios com italianos em Gênova, num jogo pelas Eliminatórias da Eurucopa, foi coisa mandada. Eles acreditam que radicais estariam agindo para manchar a imagem do país e impedir sua entrada na União Européia. O narcotraficante Darko Saric seria o mentor e financiador das ações. Coisa de filme!

Fora de campo

A política aqui não chegou às arquibancadas assim. Fica mais restrita a um debate ou outro, nos intervalos das discussões sobre futebol e religião, em mesas redondas e quadradas por todo o país. Mas o esporte bem que poderia passar a ser tratado com a seriedade que merece e ser alvo de uma boa reforma. O duro é entrar na fila. Antes dele tem a reforma da previdência, a da política, a tributária...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Fomos, vimos e vencemos!

Papo cheio

O Cruzeiro se valoriza na hora certa. Quem está aplicando a curto prazo aposta a grana nos azuis de Minas por questões óbvias. Tem um elenco que sobra, um trabalho bem estruturado, bom comando e cresceu na hora certa. Vá lá que a maioria das vitórias é na base do 1 a 0. E daí? Se a galinha enche o papo de grão em grão, porque a Raposa não?

Paladar

Dureza é para as torcidas de Fluminense e Corinthians. O doce sabor da liderança vai ficando amargo na medida em que as derrotas descem goela abaixo.

Resultado

No caso do Fluminense é possível argumentar que o que parecia um grande elenco ficou reduzido a uns poucos. Não é tudo o que se imaginava e algumas peças simplesmente não engrenaram. Mesmo assim o título não está perdido. O problema é o moral da tropa. Derrotas seguidas, contusões idem, fazem do Tricolor um time com cara de desânimo, ou de poucos amigos, bem no estilo Muricy.

Se bem que

É melhor um Muricy na mão do que um Adilson e um Mano voando. O Corinthians vive situação bem pior que o Flu. Perdeu 13, de 15 pontos disputados. E perdeu a vergonha, ao deixar que transformassem sua antiga casa, o Pacaembu, em casa da Mãe Joana.

Luz, câmera...

Na medida em que o seriado Brasileirão 2010 faz mais sucesso, outros protagonistas aparecem: Inter e Santos ganham mais destaque em seus respectivos papéis. Heróis para seus torcedores, vilões para os adversários. Um bom filme, cujo final é muito cedo pra antecipar. Não é prudente ainda dizer quem morre no final.

Estratégia

Os italianos vaiaram, a arbitragem escorregou, mas não teve jeito. O vôlei brasileiro é tricampeão do mundo, com sobras. A vitória sobre Cuba na final apagou qualquer sinal de imagem negativa. Mesmo a que possa ter ficado após o Brasil entregar um jogo pra não precisar viajar e pegar um chave mais complicada. A Itália é que se deu mal Armou um regulamento estilo arapuca, pra quebrar o Brasil e se dar bem. Não adiantou nada: fomos, vimos e vencemos. Ave Bernardinho!

Ave, Bernardinho!

Papo cheio

O Cruzeiro se valoriza na hora certa. Quem está aplicando a curto prazo aposta a grana nos azuis de Minas por questões óbvias. Tem um elenco que sobra, um trabalho bem estruturado, bom comando e cresceu na hora certa. Vá lá que a maioria das vitórias é na base do 1 a 0. E daí? Se a galinha enche o papo de grão em grão, porque a Raposa não?

Paladar

Dureza é para as torcidas de Fluminense e Corinthians. O doce sabor da liderança vai ficando amargo na medida em que as derrotas descem goela abaixo.

Resultado

No caso do Fluminense é possível argumentar que o que parecia um grande elenco ficou reduzido a uns poucos. Não é tudo o que se imaginava e algumas peças simplesmente não engrenaram. Mesmo assim o título não está perdido. O problema é o moral da tropa. Derrotas seguidas, contusões idem, fazem do Tricolor um time com cara de desânimo, ou de poucos amigos, bem no estilo Muricy.

Se bem que

É melhor um Muricy na mão do que um Adilson e um Mano voando. O Corinthians vive situação bem pior que o Flu. Perdeu 13, de 15 pontos disputados. E perdeu a vergonha, ao deixar que transformassem sua antiga casa, o Pacaembu, em casa da Mãe Joana.

Luz, câmera...

Na medida em que o seriado Brasileirão 2010 faz mais sucesso, outros protagonistas aparecem: Inter e Santos ganham mais destaque em seus respectivos papéis. Heróis para seus torcedores, vilões para os adversários. Um bom filme, cujo final é muito cedo pra antecipar. Não é prudente ainda dizer quem morre no final.

Estratégia

Os italianos vaiaram, a arbitragem escorregou, mas não teve jeito. O vôlei brasileiro é tricampeão do mundo, com sobras. A vitória sobre Cuba na final apagou qualquer sinal de imagem negativa. Mesmo a que possa ter ficado após o Brasil entregar um jogo pra não precisar viajar e pegar um chave mais complicada. A Itália é que se deu mal Armou um regulamento estilo arapuca, pra quebrar o Brasil e se dar bem. Não adiantou nada: fomos, vimos e vencemos. Ave Bernardinho!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

A Raposa come quieta e o mestre é Cuca


Crime...

Faltas violentas, que tiram o jogador por um tempo dos gramados, deveriam ter uma punição exemplar e compatível. Quem machucou tinha que ficar afastado dos gramados até que a vítima se recuperasse. Veja o caso do francês Ben Harfa. Uma entrada irresponsável do holandês Nigel De Jong, do Manchester City, quebrou a fíbia e a tíbula do jovem meia-atacante. No hospital, após a cirugia, De Joung até tentou visitá-lo para pedir desculpas. Deu com a cara na porta. Diretores do Newscastle informaram que o atleta machucado estava triste e não iria recebê-lo.

E castigo

Interessante foi o que fez o técnico da seleção holandesa. A violência do seu volante serviu para que ele fosse cortado da última convocação. Justiça feita em casa.

Não chore por mim...

Não dá pra comparar muito, mas por conta da rivalidade torna-se inevitável. O Brasil venceu no meio de semana e a Argentina perdeu. Tá bom, vá lá, nós ganhamos do Irã, os hermanos perderam pro Japão. Bem, o adversário deles era um bocadinho melhor e jogou em casa, mas se fosse o contrário, todas as manchetes de lá dançariam de alegria por nossa derrota. Como a maré de azar é deles, pode preparar mais um tango com tragédia.

Na roda de chimarrão

Renato Gaúcho subiu no salto. Dez pontos atrás do líder e já dá entrevistas falando em título. Quer repetir a arrancada do Mengo no ano passado. Só precisa combinar antes com o rival Inter, o Santos, Corinthians, Cruzeiro, Flu e o próximo adversário, o Vasco. Sem falar nos que estão perto dele na tabela e também sinalizam com uma reação. Ao menos a declaração esquentou as chaleiras...

Comparando

Para o corintiano, pior do que viver a fase das derrotas, com o time despencando aos poucos na tabela, é a comparação com o Palmeiras de 2009. Lembra? O Verdão estava na frente, candidato ao título, com as apostas favoráveis, e acabou fora da Libertadores. Por mais que não queira, a Fiel terá que viver com um espelho indesejável no quarto de visitas. A não ser que o time reaja. O que parece difícil no momento. Lesões, falta de peças pro ataque e o abandono da sorte são ingredientes que fazem a história se repetir. Por pior que pareça.

Come quieto

No melhor estilo mineiro, bão demais da conta, o Cruzeiro chega perto do topo. Contra o adversário direto, o Fluminense, decide quem fica na ponta neste domingo. A Raposa come quieta, e o mestre é Cuca

A Raposa come quieta porque o mestre é Cuca

Crime...

Faltas violentas, que tiram o jogador por um tempo dos gramados, deveriam ter uma punição exemplar e compatível. Quem machucou tinha que ficar afastado dos gramados até que a vítima se recuperasse. Veja o caso do francês Ben Harfa. Uma entrada irresponsável do holandês Nigel De Jong, do Manchester City, quebrou a fíbia e a tíbula do jovem meia-atacante. No hospital, após a cirugia, De Joung até tentou visitá-lo para pedir desculpas. Deu com a cara na porta. Diretores do Newscastle informaram que o atleta machucado estava triste e não iria recebê-lo.

E castigo

Interessante foi o que fez o técnico da seleção holandesa. A violência do seu volante serviu para que ele fosse cortado da última convocação. Justiça feita em casa.

Não chore por mim...

Não dá pra comparar muito, mas por conta da rivalidade torna-se inevitável. O Brasil venceu no meio de semana e a Argentina perdeu. Tá bom, vá lá, nós ganhamos do Irã, os hermanos perderam pro Japão. Bem, o adversário deles era um bocadinho melhor e jogou em casa, mas se fosse o contrário, todas as manchetes de lá dançariam de alegria por nossa derrota. Como a maré de azar é deles, pode preparar mais um tango com tragédia.

Na roda de chimarrão

Renato Gaúcho subiu no salto. Dez pontos atrás do líder e já dá entrevistas falando em título. Quer repetir a arrancada do Mengo no ano passado. Só precisa combinar antes com o rival Inter, o Santos, Corinthians, Cruzeiro, Flu e o próximo adversário, o Vasco. Sem falar nos que estão perto dele na tabela e também sinalizam com uma reação. Ao menos a declaração esquentou as chaleiras...

Comparando

Para o corintiano, pior do que viver a fase das derrotas, com o time despencando aos poucos na tabela, é a comparação com o Palmeiras de 2009. Lembra? O Verdão estava na frente, candidato ao título, com as apostas favoráveis, e acabou fora da Libertadores. Por mais que não queira, a Fiel terá que viver com um espelho indesejável no quarto de visitas. A não ser que o time reaja. O que parece difícil no momento. Lesões, falta de peças pro ataque e o abandono da sorte são ingredientes que fazem a história se repetir. Por pior que pareça.

Com quieto

No melhor estilo mineiro, bão demais da conta, o Cruzeiro chega perto do topo. Contra o adversário direto, o Fluminense, decide quem fica na ponta neste domingo. A Raposa come quieta, e o mestre é Cuca

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Um pouco do pouco da seleção e do Brasileirão

Rescaldo...

O Irã joga com força. É uma seleção que tenta pressionar e marcar homem a homem. Mas suas limitações são maiores que o esforço. De qualquer modo para algumas coisas o amistoso pode ter servido, além de melhorar o caixa. Ficou claro, por exemplo, que a ala esquerda ainda é uma região não habitada. André Santos é esforçado, tem uma certa técnica, mas ainda não sabe se vai ou vem. Sua indecisão pode ser tática, é claro, mas pelo jeito essa é uma vaga que continua em aberto.

Do rescaldo...

Outro ponto obscuro do time de Mano é Robinho. Contra uma zaga em linha, lenta e pouco técnica, ele tinha que desequilibrar. Esperar isso de outros atletas, mais verdes na seleção ainda é pedir muito. Mas ele, ainda inexplicavelmente badalado, deveria, por obrigação de ofício e tempo de casa, jogar muito mais do que vem jogando. A desculpa, obviamente, será a do desentrosamento. Mas desculpa, você já sabe, é boa quando nos serve.

E ponto

Sorte mesmo deu o corintiano Elias. Entrou, deu um passe certeiro e Pato marcou. Ponto pra ele e para uma característica do esquema que Mano tenta implantar: com os volantes mais técnicos e uma capacidade maior de chegada. Tudo bem que parece ter enfraquecido o sistema defensivo. O Irã mandou bola na trave e rondou o gol algumas vezes. Mas é um preço a ser pago. Nada que muito treino e alguns amistosos, de preferência contra times mais fortes, não resolvam.

Descoberta

Paulo César Carpegianni e o São Paulo vivem sua lua de mel. O caminho das vitórias sinaliza para um período de calmaria no Morumbi. Qualquer declaração que o novo comandante faz, agrada, encanta, fascina o torcedor. Dagoberto, por exemplo, tempos atrás esquecido num banco qualquer, foi redescoberto. O treinador tricolor é só elogios ao comportamento tático e técnico do rapaz. O vento está a favor do atacante novamente. Daqui uns dias vira selecionável.

Milagres

Mas se Dagol é o cara no São Paulo agora, o que dizer de Jonas? Este sim foi o patinho feio durante um bom tempo. Artilheiro do Grêmio e do Brasileirão, o atacante justifica o nome. Um dia engolido pela baleia, no outro, milagrosamente um novo Jonas. Resta saber se não vai se transformar em um novo Val Baiano. O tempo, amigo de Dagoberto, saberá dizer.

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Boas lembranças

Assistando aos vídeos dos programas que gravamos na campanha, parei para observar a primeira entrevista que fiz com Confúcio Moura. Foi o início de um trabalho que tem sido muito gratificante. Equipe profissional, boas pessoas, ambiente agradável e boas perspectivas. Obrigado a todos, pela oportunidade, amizade e crescimento.
Veja um pouco você também:

http://www.youtube.com/watch?v=W4LWYpK3szs&NR=1

Argumentos

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Sobre eleitos e medalhas

Desempenho

Em semana de eleição é quase impossível não falar do assunto, concorda? Procurei, pra matar a curiosidade, saber como se comportaram os atletas e ex-atletas que tentaram uma vaguinha graças ao apoio dos fãs. Vamos aos eleitos: Danrlei e Romário podem correr pro abraço. Com boa votação estarão no Congresso em 2011. Bebeto e Marques serão deputados estaduais, no Rio e em Minas, respectivamente. Sem todo o ibope que imaginavam ficaram de fora, Marcelinho Carioca, Harlei, Vampeta, Popó, Túlio Maravilha e Maguila, esse último com míseros 2.951 votos. Alguns poderão reclamar que o Tiririca pegou deles alguns votinhos preciosos. Precisava ter 1 milhão e 300 mil votos?

Promessas

A CBF aproveita a onda de promessas que atravessa o Brasil, em período eleitoral, para também fazer das suas. Sobre a vaga brasileira na Libertadores, que foi surrupiada pela Conmebol, a Confederação Brasileira ficou apenas no “vamos tomar providências”. De prático mesmo não fez nada. O resultado é um Brasileirão com tudo para ficar sem graça. Times que podiam almejar uma arrancada para entrar no G4, sabem que com um G3, que foi o que sobrou pra nós, fica quase impossível.

Água pro vinho

O nadador brasileiro Thiago Pereira, em entrevista ao jornalista Elia Júnior, da Band, resumiu de forma perfeita a realidade olímpica nacional. Ao responder porque optou por treinar nos na América do Norte disse que é tudo uma questão de mentalidade e apoio para o sucesso. No Brasil o atleta treina para chegar a uma Olimpíada, já nos Estados Unidos se treina para ganhar a competição. É uma diferença e tanto.

Aprendizado

O resumo feito por Thiago, que estuda e treina nos States, mas compete também pelo Corinthians, é que o apoio que o americano recebe desde criança e o mega apoio que recebe quando chega à faculdade tem um peso enorme nas conquistas daquele país. Não basta apenas ter os locais e meia dúzia de projetos. Nem basta apenas ter boa vontade. A mentalidade competitiva e a presença do esporte no aprendizado são parte de uma cultura que, mesmo com restrições temos que dar a mão à palmatória. Das 100 melhores universidades do mundo, 80 estão nos Estados Unidos. E todas, todas elas, tem centros de treinamento de alto rendimento esportivo.

Primo pobre

Enquanto tivermos nosso complexo de vira-lata, bateremos palma e continuaremos treinando só para chegar aonde os outros vencem. Tanto é verdade que o presidente do Comitê Olímpico Nacional já falou qual é o grande objetivo do Brasil nas Olimpíadas do Rio em 2016: alcançar o 10º lugar no quadro de medalhas. Nível atual da Ucrânia. É de chorar!

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Galinho levanta a poeira e sacode o Fla

Murro...

Publiquei esta semana que havia muita sujeira embaixo do tapete do Flamengo. A sugestão era mexer nisso após o Brasileirão. Mesmo se houvesse uma queda para a Série B, que fez muito bem a vários clubes. Mas a saída de Zico da direção de futebol do clube, com todas as consequências que está trazendo, sacudiu a poeira pra valer. Após o pedido de demissão do Galinho o vice de futebol também pediu o boné; é o quarto a deixar o cargo só em 2010.

Em ponta de faca

O pivô da crise é o presidente do conselho fiscal do clube, Leonardo Ribeiro, conhecido como Capitão Léo. Ele teria despertado a ira final do maior ídolo do Flamengo ao dizer que os filhos de Zico estariam envolvidos e se beneficiando com a transferência de jogadores do CFZ para o Fla. O Galinho anunciou sua saída no começo da madrugada, através do site. Logo pela manhã a notícia ganhou ares de manchete internacional. Pra piorar, pelas agulhadas e alfinetadas que estão pintando na mídia, vai faltar caçamba pra carregar toda a sujeira.

Plim-plim

Ao acreditar que seria possível mudar as coisas no Flamengo, encastelado na política e pouco profissional no futebol, Zico entrou num terreno lamacento e perigoso. Bateu de frente com um corporativismo que já havia se instalado no Mengão há muito tempo. Sai decepcionado e ainda correndo o risco de sofrer uma poderosa campanha difamatória. Sorte dele é que a Globo ficará do seu lado. Se bem que a maioria de nós ficará também. Zico é daqueles que tem lugar no coração de todas as torcidas. Falo da emissora de TV porque foi ela a impedida de entrar na Gávea, para a transmissão de um programa ao vivo.Logo a Globo, tão chegada da nação rubro-negra. Prepare-se: vem matérias bombásticas por aí.

Cidadania

Prezadíssimo leitor, preciosa leitora: permita-me encerrar a coluna hoje com uma rápida reflexão sobre os caminhos que seguiremos a partir deste domingo, 3 de outubro, dia de eleição. Claro que se o STF tivesse dado um exemplo melhor de cidadania, saberíamos com maior convicção que o processo eleitoral teria seu caminho natural respeitado. Como isso não será possível, ficou mesmo com a gente. Está em nossas mãos, na ponta dos dedos, a responsabilidade. Como este espaço me foi reservado para falar de esporte, tomarei o cuidado devido. Sugerindo a você uma reflexão profunda sobre como os investimentos neste setor, a partir da educação e da inclusão, podem transformar toda a sociedade. Analise, verifique, pese todos os prós e contras, e vote. Não pedimos um país de Olimpíadas, mas um país com esportes olímpicos para todos. Não exigimos um país de Copa, mas o acesso ao futebol, estádios decentes, seriedade, crianças com oportunidades. Não queremos nada extraordinário, mas a possibilidade de que nossos futuros governantes enxerguem mais as pessoas, e menos as coisas. As pessoas continuam sendo mais importantes.

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Onde vivem os monstros

Nunca gostei do Neymar. Não é porque ele é um projeto de craque que alguém seja obrigado a gostar dele. Não chega a ser ódio, nem raiva, apenas desprezo a forma com que ele trata seus companheiros de profissão, imprensa e até a torcida. Na opinião do técnico René Simões, após os palavrões do atleta dirigidos ao capitão e ao treinador do Peixe, estamos criando um monstro.
E olha que Simões é técnico do Atlético de Goiás, adversário do Santos no meio da semana. Mas ele se doeu. Sentiu por Dorival Júnior. Sentiu pelo futebol. Esporte que Neymar se julga estar acima. Assim como acredita estar acima dos demais seres humanos. Característica que tomou conta de seu comportamento à medida que foi sendo paparicado.
Ao observar as birras de Neymar, seus rompantes de absoluta falta de educação, seu destempero e uma incrível fascinação por si mesmo, tenho a tendência natural a relembrar outros jogadores brilhantes. Alguns deles sim, gênios da bola. Vamos aos brasileiros, e por ordem: Pelé, o maior de todos, passou a falar dele mesmo na terceira pessoa, Pelé isso, Ele aquilo, depois de ter se consagrado. E isso soou sempre mais folclórico. Pelé nunca humilhou treinador, colegas, adversários. A não ser dando o espetáculo.
Zico, Dirceu Lopes, Ademir da Guia, Garrincha, Reinaldo, Ronaldo, Leônidas, e tantos outros, brilharam no primeiro time das maiores constelações da bola, sem nunca ter precisado recorrer à soberba, máscara, ou qualquer tipo de comportamento reprovável, contra o ser humano com quem jogava ou para quem jogava.
Claro que o futebol teve lá seus monstrinhos. Paul Gascoigne, Eric Cantoná, Maradona, Djlaminha, Marcelinho, Edmundo, até mesmo Romário, genial e marrento, podem ser incluídos numa lista de amor e ódio, por conta do comportamento. Mas nem de longe fizeram o que Neymar fez e faz. Nem mesmo a cabeçada de Djalminha deve ter doído tanto quanto as palavras que o peixe mais valioso do Santos proferiu contra tudo e contra todos.
Penso que o caso deste jovem, que aparentemente tem um futuro promissor, já pode ser um caso perdido. O deslumbre, a vanglória, a egolatria, parecem ter tomado conta dele. Ficou possuído de si mesmo. Será preciso um trabalho árduo, um exorcismo espantoso, para expulsar o monstro e salvar o homem. Quem sabe um zagueiro em fim de carreira, mas aí entrará em cena a violência, o que também reprovo. Quem sabe um técnico que não perca o emprego se lhe der uns bons safanões no vestiário. Ops! Voltei a falar de violência. Melhor encerrar o assunto. Antes que eu também me deixe levar pelo ódio.
Sobre esse assunto, não quero falar Neymar, nem menos. O Brasil tem muito mais que ele. Aliás, um dia o próprio jogador vai descobrir isso. Ou terá que se mudar para onde vivem os monstros.

Onde vivem os monstros

quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Olá, Olá Rondônia...

É com essa frase que abro há seis anos o programa diário Fala Rondônia, pela Rede TV!, direto de Porto Velho. Assim também começo a apresentação do Tá Na Rede, toda segunda à noite: Olá, Olá Rondônia, Olá Brasil!
Dois programas que são o carro-chefe do meu trabalho na comunicação em Rondônia, onde cheguei com minha família há quase 10 anos. Aqui tenho ajudado colegas da comunicação e consolidar o trabalho neste segmento. Também tenho desenvolvido projetos em marketing, publicação de revista e mídias sociais. Um privilégio! Por isso começo agora a nova onda on-line: interagir com amigos e usuários através do meu blog, o bendomingues. Uma brincadeira com o Ben, de Beni (meu apelido) Domingues, meu sobrenome que virou nome e assinatura de colunas e reportagens. Bem, já falei demais. Mas falarei mais. O blog publicará as crônias que  escrevo semanalmente para o jornal Diário da Amazônia e que são replicadas pelos sites gentedeopiniao  e rondovox.
V@leu!

Olá, olá Rondônia

É com essa frase que abro há seis anos o programa diário Fala Rondônia, pela Rede TV!, direto de Porto Velho. Assim também começo a apresentação do Tá Na Rede, toda segunda à noite: Olá, Olá Rondônia, Olá Brasil!
Dois programas que são o carro-chefe do meu trabalho na comunicação em Rondônia, onde cheguei com minha família há quase 10 anos. Aqui tenho ajudado colegas da comunicação e consolidar o trabalho neste segmento. Também tenho desenvolvido projetos em marketing, publicação de revista e mídias sociais. Um privilégio! Por isso começo agora a nova onda on-line: interagir com amigos e usuários através do meu blog, o Bendomingues. Uma brincadeira com o Ben, de Beni (meu apelido) Domingues, meu sobrenome que virou nome e assinatura de colunas e reportagens. Bem, já falei demais. Mas falarei mais. O blog publicará as colunas que escrevo diariamente para o jornal Diário da Amazônia, sites extrarondonia, esporteamazonia, rondoniaovivo e rondovox. Além da página momento Businesse, da revista momento Brasil. Claro que as considerações diárias que pintam nas mídias também passarão por aqui também. Sempre contando com sua colaboração direta. E o mundo da literatura com o universo que gira em torno do projeto Sempre Um Papo, aqui aqui no Norte tenho o privilégio de desenvolver ao lado do amigo Fred Perillo.
V@leu!