quarta-feira, 25 de setembro de 2019

Espelho, espelho nosso

Diante do espelho me vi outro e eu mesmo... diante da vida enxerguei outra existência, que não era mais minha...

Diante da verdade fui despido de mim, já deixando de ser o de antes...

Diante do amor, fui surpreendido por um amor que  não é só meu,
E esse é outro espelho, que não apenas reflete, mas fala, provoca, questiona,  encanta, seduz, ensina, melhora, cura, renova, sem
perder -se de si,  aprendendo a ser nós...

quarta-feira, 18 de setembro de 2019

Escute bem, meu amigo

Um dia, assim do nada, o coração acelera...
Deixa de bater, esquece o que é pulsar...
Dança!
Seu compasso é som de águas
Oceano que encontra areia,
Fúria que se desfaz em terra à vista.
Um dia o dia deixa de ser,
Vira madrugada
Bicho homem já não sabe o que é...
A metamorfose acontece assim: Nascem asas, sopra o vento,  voo vem, voo vai... o céu não é limite,  pois limites deixam de fazer sentido.
Se o coração acelera, já não existem horas, nem dias, nem tempo.
Só o momento, e ele acelera também, sem pressa.

quinta-feira, 7 de março de 2019

Ter que fazer ou querer fazer



A diferença entre eu ter que fazer dieta e eu querer fazer dieta pode significar o resultado de uma vida realmente mais saudável e por muito mais tempo. E esse ter que fazer ou o querer fazer estão impregnados em nossa vida constantemente. Pro bem ou para o mal, a história está repleta de casos de líderes e liderados que fizeram a diferença na vida de muita gente por simplesmente decidir desenvolver algo, construir ou criar alguma coisa.

Quando falamos de Ambiente Feliz de Trabalho esse é um dilema diário. Na loja, na fábrica, no departamento, na associação, igreja ou sindicato, sempre há aqueles que são contratados ou escalados para uma tarefa e que simplesmente cumprem o que foi determinado, pedido ou até ordenado, porque tem que fazer aquilo, nada mais. É possível que muitos empreendimentos ainda sobrevivam, ou instituições e empresas se mantenham nesse estilo de comando e controle onde o colaborador tem que fazer e acaba fazendo. E ai dele se não fizer...

Mas há um outro cenário, e ele é imensamente mais gratificante, humano, verdadeiro, justo e feliz. Onde a equipe, inclusive os líderes que a inspira, tem desenvolvido, construído ou criado algo motivados por querer fazer aquilo.

Eis o dilema da nossa agenda. Num relacionamento, no local de trabalho, na escola ou faculdade, enfim, lá onde a cena da nossa vida se passa, pode ser detectada a infelicidade e doença de um ambiente pura e simplesmente por causa dessa diferença semântica.

Eu atendo aquele cliente porque quero ou por ter que atender e pronto? Seja lá o que  Deus quiser! Cumpro aquela tarefa? Termino a dieta? Vou à academia? Chego e saio do trabalho com a consciência de que aquilo que fiz o fiz pela razão mais agradável e doce de todas: eu queria fazer? Tive e tenho prazer nisso? Estou feliz fazendo o que faço?

Ah mas você fala isso porque não conhece a empresa onde trabalho. É possível! Mas saiba que em muitos aspectos elas são parecidas, só muda o endereço e o CNPJ.
Os problemas são quase os mesmos, os dramas e batalhas para alcançar um melhor desempenho passam obrigatoriamente pelo ser humano. Sendo assim, os ambientes felizes e os infelizes de trabalho acabam conversando num mesmo idioma, apesar de distâncias colossais no mapa. É de gente que estamos falando!

Mas não tenho dúvida de que é possível mudar o quadro. Deixá-lo mais vívido e agradável de se ver, por conta de mudanças pessoais de comportamento, que começaram, começam, ou ainda começarão após a decisão de querer fazer ao invés de ter que fazer. Perdoar? Amar? Ouvir até o fim? Fazer o serviço que não era meu? Esperar mais? E tantas outras interrogações? Sim, e digo sim de novo!! Uma atitude positiva em direção a fazer por querer pode nos levar ao topo de amar o que estamos fazendo e as pessoas com as quais isso está sendo feito. Basta querer!!

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

A questão não é essa



Eis uma frase típica, utilizada pela maioria de nós, com o objetivo de parar o que o outro está dizendo e favorecer a direção do vento para o rumo que queremos. Não é bem assim é a frase prima-irmã dessa do título. Serve mais ou menos pra mesma coisa. Desconstruir o outro, seu raciocínio e abordagem.

O problema é que nosso saquinho enche logo. Andamos sem paciência. Ouvir até o fim, compreender, querer saber de fato, interagir de verdade, esperar os muitos níveis de comunicação verbal e não verbal se completarem, não é algo que os tempos atuais ofereçam como melhor saída.

Na maioria das vezes queremos que as coisas se resolvam logo. Maratona só a das séries. Nas conversas e relacionamentos a ampulheta derrama a areia muito rapidamente. É preciso virar página, mudar de canal, sair dessa, enfim, o acelerado coração não deixa o pensador dominar o pensamento. E as ideias de resolver tudo de qualquer jeito, tem feito com que as soluções sejam as piores possíveis.

Não estou falando de procrastinar. O velho empurrar com a barriga não se aplica ao texto nem ao contexto. Falo sobre o ouvir de verdade. Consideração e respeito são as palavras que completam esse quebra-cabeças.

A falta das duas tem tornado vidas infelizes, ambientes doentes e dores da alma mais fortes do que nunca.

Como alterar essa programação então e deixar o quadro mais bonito e completo?

Confesso que com esse nível de estresse do mar alto onde navegamos, essa é uma daquelas equações quase impossíveis. Necessita de uma avaliação sincera de nosso próprio estado de espírito e uma capacidade genuína na busca de descobrir se é o bem ou o mal que estamos entregando para as demais pessoas. Se os outros são os outros e só, ou tem algo mais neles que ainda nos desperta o amor, a solidariedade e a tolerância.

Importante saber que vai doer. Quando nos abrimos para saber de fato como está nosso cuidado, foco e atenção, geralmente a sinceridade que vem de lá causa alguns hematomas internos.

O bom é que isso tem cura. Desde que o nossos canais de vida estejam ainda ligados no satélite eterno que cuida de tudo isso.

Quer mudar de canal?