quarta-feira, 16 de agosto de 2023

Sobre coceiras e palavras ao vento

 


Tem uma história curiosa, que aconteceu com um missionário protestante após falar a respeito de sua fé para um líder de uma nação indígena na região da Bolívia. Depois de toda sua explanação ele foi surpreendido pelo cacique ao ouvir a seguinte resposta: “Você até que coça bem, só que o problema é que onde você coça, não coça”.

O que essa fala tem de engraçada ela tem de sincera, verdadeira, objetiva e absolutamente contextual. O missionário, por melhor que tenha sido sua intenção, tocou em diversos pontos, mas não chegou no que interessava, doía, incomodava, coçava ou aquele ouvinte precisava.

Sua mensagem bateu na trave, ou passou longe. O que para ele ficou evidente na inesperada contestação do sábio líder tribal.

Ora, se esse não pode ser um belo exemplo para todos nós que idealizamos algo, criamos um conteúdo, subimos numa plataforma, pegamos um microfone, enviamos mensagens, pregamos uma palavra, ministramos uma receita, criamos um projeto, discursamos no calor da própria fala.

Será que o que temos coça, só que para quem recebe vai direto para o ponto onde não estava coçando?

Sendo assim, palavras vazias, barra forçada, goela abaixo, invasão, mensagem fora de hora, desrespeito, e outras tantas inconveniências podem tornar uma “excelente iniciativa” num desastre completo.

Por isso, meu aprendizado é o que compartilho com você. Se quiser atingir o alvo, realmente ajudar, levar uma mensagem, apresentar sua crença ou possível solução e cura, certifique-se bem se está coçando no outro. E se você é capaz de saber coçar onde coça.