sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Galinho levanta a poeira e sacode o Fla

Murro...

Publiquei esta semana que havia muita sujeira embaixo do tapete do Flamengo. A sugestão era mexer nisso após o Brasileirão. Mesmo se houvesse uma queda para a Série B, que fez muito bem a vários clubes. Mas a saída de Zico da direção de futebol do clube, com todas as consequências que está trazendo, sacudiu a poeira pra valer. Após o pedido de demissão do Galinho o vice de futebol também pediu o boné; é o quarto a deixar o cargo só em 2010.

Em ponta de faca

O pivô da crise é o presidente do conselho fiscal do clube, Leonardo Ribeiro, conhecido como Capitão Léo. Ele teria despertado a ira final do maior ídolo do Flamengo ao dizer que os filhos de Zico estariam envolvidos e se beneficiando com a transferência de jogadores do CFZ para o Fla. O Galinho anunciou sua saída no começo da madrugada, através do site. Logo pela manhã a notícia ganhou ares de manchete internacional. Pra piorar, pelas agulhadas e alfinetadas que estão pintando na mídia, vai faltar caçamba pra carregar toda a sujeira.

Plim-plim

Ao acreditar que seria possível mudar as coisas no Flamengo, encastelado na política e pouco profissional no futebol, Zico entrou num terreno lamacento e perigoso. Bateu de frente com um corporativismo que já havia se instalado no Mengão há muito tempo. Sai decepcionado e ainda correndo o risco de sofrer uma poderosa campanha difamatória. Sorte dele é que a Globo ficará do seu lado. Se bem que a maioria de nós ficará também. Zico é daqueles que tem lugar no coração de todas as torcidas. Falo da emissora de TV porque foi ela a impedida de entrar na Gávea, para a transmissão de um programa ao vivo.Logo a Globo, tão chegada da nação rubro-negra. Prepare-se: vem matérias bombásticas por aí.

Cidadania

Prezadíssimo leitor, preciosa leitora: permita-me encerrar a coluna hoje com uma rápida reflexão sobre os caminhos que seguiremos a partir deste domingo, 3 de outubro, dia de eleição. Claro que se o STF tivesse dado um exemplo melhor de cidadania, saberíamos com maior convicção que o processo eleitoral teria seu caminho natural respeitado. Como isso não será possível, ficou mesmo com a gente. Está em nossas mãos, na ponta dos dedos, a responsabilidade. Como este espaço me foi reservado para falar de esporte, tomarei o cuidado devido. Sugerindo a você uma reflexão profunda sobre como os investimentos neste setor, a partir da educação e da inclusão, podem transformar toda a sociedade. Analise, verifique, pese todos os prós e contras, e vote. Não pedimos um país de Olimpíadas, mas um país com esportes olímpicos para todos. Não exigimos um país de Copa, mas o acesso ao futebol, estádios decentes, seriedade, crianças com oportunidades. Não queremos nada extraordinário, mas a possibilidade de que nossos futuros governantes enxerguem mais as pessoas, e menos as coisas. As pessoas continuam sendo mais importantes.