quarta-feira, 16 de novembro de 2022

Crônica cascavelense

 

Antes que você me Cancelli, deixa eu contar uma história do tempo do Cascavel Velho.

Era  um  14 de Novembro e a Claudete, filha da Maria Luiza com o Periolo, se encantou por um rapaz. Não era um Universitário, como a família dela queria, e pra piorar adorava correr com um Maverick  ouvindo música Country. E não precisava de Interlagos não, qualquer barro era pista;  São Cristovão fazia jornada dupla pra proteger o rapaz. Mas, a Santa Felicidade de todos  é que o moço era gente boa. Sua família, de Pioneiros Catarinenses, chegou aqui na boleia de uma Brasília,  achando que na região só tinha Floresta e nada mais. Tudo bem que tudo ainda estava no começo,  não era assim  um Canadá, mas já dava pra ver que muito além de um Parque Verde esse lugar se tornaria um verdadeiro Recanto Tropical.  

Voltando pra nossa história, era um Santo, o Onofre pai dele. Paciente, sabia que o rapaz voava baixo, tipo um Santos Dumont sem asa, mas também era trabalhador. O serrote mais ligeiro do Brasmadeira, dizia sua mãe, dona Consolata. Da madeira ele fez seu pé de meia...

Quando a paixão da Claudete e do cowboy ficou incontrolável, o jeito foi deixar o casal juntar os trapos. Ele pediu a mão da moça debaixo de um Coqueiral, num Gramado perfeito, e garantiu que aquela aliança era mesmo Esmeralda. Pela divina Santa Cruz, foi capaz de jurar! Que o Centro do universo me castigue, exagerou; prometendo casa, comida e o aconchego de viverem numa região com um Lago bem grande, onde ainda faz frio, mas já não Neva, como antigamente.

Hoje? Ah hoje os netos estão por aí; moram no Parque São Paulo e Guarujá. E lembram sempre de uma uma frase que o vovô dizia: Isso tudo cresceu tanto, que parece uma cidade dentro da cidade...