Como é possível alguém fazer um projeto de uma ciclovia que
termina em um muro? Quando vi a foto e li o texto sobre a obra da ciclovia
construída no entorno do Maracanã, que literalmente dá de cara com um muro, não
sabia se ria ou se postava. E pior: em um outro ponto ela também não tem fim,
bate de frente com a parede do Museu do Índio.
Pode até aparecer
alguém afirmando que ali não é fim do da ciclovia, mas o começo. Seria uma bela
resposta. Pouco inteligente, mas uma saída, ops, uma entrada. Pode até ser que
daqui um tempo derrubem o muro, ou o museu, e liberem a via para as bikes. Mas pode
ser que não. Que trata-se pura e simplesmente de mais uma obra feita de
qualquer jeito, para qualquer um.
O Brasil está cheio
delas. Os moradores de Porto Velho sabem bem o que é obra inacabada. Em vários
pontos da cidade é possível se deparar com uma quase construção. Um quase
projeto concluído. Um quase viaduto. E não é só lá. Lembrei de lá porque também
sofro por meus amigos com quem um dia convivi. Com quem andei pelas mesmas ruas
e calçadas, onde o quase ainda é senhor e deus.
A ciclovia que dá no
muro é um exemplo perfeito para os estádios que darão em nada depois da Copa. E
olha que muitos deles não darão em quase nada antes mesmo da competição. Em Manaus
já mudaram o projeto e a obra. O que havia sido combinado não ficará pronto. Tinha
muito muro no meio do caminho.
E assim ficaram os
projetos de infraestrutura. Ou melhor, não ficaram. Nem ficarão. As cidades
terão que se adaptar ao caos durante o Mundial. Se bem que a maioria delas já
vive o caos. Ele será apenas piorado um pouco. A não ser que decretem feriado
em todos os dias de jogo, em todas as 12 cidades onde as partidas vão
acontecer.
Para quem adora um
feriado, ficaria perfeito. E o Brasil adora um dia santo, uma folguinha, um
refresco. E hoje, com a boa forma em alta, muita gente vai tirar o dia para
caminhar, correr, andar de bicicleta. Se estiver no Rio, cuidado com o muro!