terça-feira, 13 de agosto de 2013

O fim do muro

Como é  possível  alguém fazer um projeto de uma ciclovia que termina em um muro? Quando vi a foto e li o texto sobre a obra da ciclovia construída no entorno do Maracanã, que literalmente dá de cara com um muro, não sabia se ria ou se postava. E pior: em um outro ponto ela também não tem fim, bate de frente com a parede do Museu do Índio.

Pode até aparecer alguém afirmando que ali não é fim do da ciclovia, mas o começo. Seria uma bela resposta. Pouco inteligente, mas uma saída, ops, uma entrada. Pode até ser que daqui um tempo derrubem o muro, ou o museu, e liberem a via para as bikes. Mas pode ser que não. Que trata-se pura e simplesmente de mais uma obra feita de qualquer jeito, para qualquer um.

O Brasil está cheio delas. Os moradores de Porto Velho sabem bem o que é obra inacabada. Em vários pontos da cidade é possível se deparar com uma quase construção. Um quase projeto concluído. Um quase viaduto. E não é só lá. Lembrei de lá porque também sofro por meus amigos com quem um dia convivi. Com quem andei pelas mesmas ruas e calçadas, onde o quase ainda é senhor e deus.

A ciclovia que dá no muro é um exemplo perfeito para os estádios que darão em nada depois da Copa. E olha que muitos deles não darão em quase nada antes mesmo da competição. Em Manaus já mudaram o projeto e a obra. O que havia sido combinado não ficará pronto. Tinha muito muro no meio do caminho.

E assim ficaram os projetos de infraestrutura. Ou melhor, não ficaram. Nem ficarão. As cidades terão que se adaptar ao caos durante o Mundial. Se bem que a maioria delas já vive o caos. Ele será apenas piorado um pouco. A não ser que decretem feriado em todos os dias de jogo, em todas as 12 cidades onde as partidas vão acontecer.


Para quem adora um feriado, ficaria perfeito. E o Brasil adora um dia santo, uma folguinha, um refresco. E hoje, com a boa forma em alta, muita gente vai tirar o dia para caminhar, correr, andar de bicicleta. Se estiver no Rio, cuidado com o muro!