quinta-feira, 16 de maio de 2013

Diagnosticar é preciso

Cheguei a Barretos em Janeiro deste ano. Desde então vivo uma verdadeira imersão no trabalho do Hospital de Câncer. Procurando não limitar minhas ações apenas ao universo da captação de recursos corporativos; função para a qual fui chamado e muito me orgulho, tenho buscado também aprender mais sobre tudo.
A oncologia é uma ciência com uma abordagem gigantesca e por isso mesmo é tão cheia de especialidades e minuúias. Um fascínio para um jornalista que descobriu uma maneira de ajudar a salvar vidas.
Dentro desse enorme leque de possibilidades, decidi escrever sobre um tema que me prende e motiva: o diagnóstico precoce de câncer infantil.
Poucas lágrimas são derramadas com tantos soluços como as que choro muitas vezes no Hospital Infantojuvenil da Fundação Pio XII. Não por causa de condições precárias, ou imagens comuns à maioria dos hospitais que atendem SUS. Muito pelo contrário! A imagem dessa unidade do Hospital de Câncer é a melhor possível. Modernidade, profissionalismo, competência, humanidade, amor, são aspectos comuns do dia a dia do trabalho dos mais de 100 profissionais que atuam somente no cuidado com crianças e adolescentes.
A dor do choro é saber que muitos desses pequeninos chegam ao Hospital tarde demais. O diagnóstico errado, ou tardio, tem atrasado o tratamento e as possibilidades de cura. Culpa de quem? É possível incluir no bolo uma série de ingredientes. Os médicos, que não tem familiaridade com o câncer, e muitas vezes insistem em determinado diagnóstico, sem atentar para a possibilidade de um mal maior. Familiares, que não se informam ou nunca receberam informações sobre possíveis sintomas de câncer em crianças. Professores, imprensa, enfim, a comunidade em geral, que dispõe de pouco acesso à essa dura realidade. E muitas vezes também bloqueia a conversa sobre o tema. Falar de câncer infantil ainda é um grande estigma. E isso só piora o quadro.
A hora é de abrir o jogo! Falar sobre e buscar saber mais, sem preconceito. Criança tem câncer sim, mas a cura existe. E pode ser ainda mais efetiva se buscarmos informações sobre os sintomas mais comuns e como e onde tratar.
 
Conheça algumas das características do Câncer Infantil:
 
•Febre sem causa aparente que dura mais de 8 dias;
•Hematomas e sangramentos nasais e gengivais espontâneos;
•Dor pelo corpo ou óssea que leva a criança se recusar a brincar e que a faz ficar deitada grande parte do tempo, e que a deixa a criança irritada com dificuldade de dormir e chega a tirar o apetite;
•Ínguas no câncer infantil geralmente são maiores que 3 cm, duras, de crescimento lento, indolores e não é justificada pela presença de infecção.
•Pupila esbranquiçada quando exposta à luz pode ser sinal de tumor ocular. Geralmente se manifesta em crianças menores de 3 anos. Este tumor pode também se manifestar por “estrabismo” repentino.
•Vômito e dor de cabeça por mais de duas semanas, principalmente pela manhã, algum sinal neurológico como alteração da marcha ou da visão, ou ainda, aumento da cabeça de forma anormal, em menores de 3 anos de idade podem sugerir tumor do sistema nervoso central.
•Aumento do abdômen acompanhados ou não de dor abdominal, vômitos e prisão de ventre ou diarreia.
•Aumento do volume dos dois olhos ou de um só.
•Sinais de puberdade precoce como aparecimento de pelos pubianos ou aumento dos órgãos genitais antes da puberdade.
•Sangue na urina.
 
No site do Hospital de Câncer de Barretos é possível saber onde existem unidades da Fundação Pio XII e como procurar as equipes para diagnosticar precocemente e tratar as crianças. O Hospital do Amor, ama para a vida toda.