quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Cada um no seu cada qual

Dia desses o computador pessoal fez aniversário. A informática, irmã mais velha dele, também assoprou dezenas de velinhas. Comemorei por várias razões. Você deve ter também as suas. No meu caso a principal delas é a facilidade em escrever. Não digo com relação ao talento na escrita. Algo que ainda estou procurando aprender e desenvolver com os grandes mestres. Eu falo de escrever mesmo. Com as teclas.

É que muito cedo, embora gostasse das palavras, demonstrei uma grande dificuldade em me tornar legível. Os garranchos do primário viraram letra de médico na juventude e dai em diante. Letra de médico: uma desculpa esfarrapada para letra feia. Virei jornalista e me acostumei a dizer que escrevia daquele jeito pois era só para eu entender mesmo. Outra saída para o fracasso na caligrafia.

O computador e seu teclado ajudaram esse escriba como salvadores da pátria. Claro que nem tanto no começo. Se carregar uma máquina de datilografia (alguns se lembrarão da Olivetti portátil) já era dava um trabalhão, imagina alguém por ai com um  486. Mas o notebook chegou, os tablets também e as teclas do smartpohne fazem  muito mais do que qualquer bilhete poderia imaginar. Especialmente no meu caso, em que recados escritos à mão geralmente precisam de um especialista.

Na mesma medida que o computador salvou minha letra, não tive cura para a incompetência em desenhar. Não sai nada. Absolutamente! Vejo, admiro e me deleito diante das obras de arte e aquela incrível leveza das linhas, cores, detalhes, mensagens. Fica por aí. Como se fosse alguém que adora uma música bem cantada, mas prefere dançar, igual ao pinguim do Happy Feet. Sou o pinguim e não pinto.

Na infância a única coisa que diziam que eu pintava era o sete. Frase que embora o Aurélio diga o que é,  ninguém sabe explicar como nasceu. Tudo bem! Eu desisti muito cedo. Quando a professora Nazira bateu na minha mão porque eu não conseguia desenhar uma manga, rompi com o desenho e com a fruta, de uma só vez. Se bem que de vez em quando eu sonho que estou produzindo uma tela, uma verdadeira obra de arte. De repente aparece um serzinho azul, do tamanho de três maçãs e sentencia: você não smurfa nada!!