quarta-feira, 4 de maio de 2011

Meu nome é destino

O nome não ajudava muito: Escandinávia. O pai leu em algum livro e decidiu que ela se chamaria assim. O outro filho não teve melhor sorte. Foi batizado de Arquipélago. Mesmo assim a duplinha cresceu sem maiores dramas. Só na escola é  que a situação enroscava. Na hora da chamada a menina sofria com o riso da turma. Seu irmão, não aguentava as piadinhas: E aí, Arqui? Muito isolado??? Como está o mar hoje?
A vida seguiu seu rumo, os dois conseguiram concluir o ensino médio e deram umas pitadas de orgulho para os pais. Apesar da gozação com os nomes, praticamente a vida toda. Ela continuou estudando. Virou professora, de Geografia, veja só que ironia! Já o rapaz parou com esse negócio de escola. Como batia um bolão, decidiu que iria jogar futebol. Fez teste em tudo quanto é time da cidade. Foi bem  na maioria deles, só que a falta de um padrinho fechou as portas.
Mas um dia o  convite tão esperado chegou. Uma vaga em um clube empresa que havia começado a trabalhar há pouco tempo no país. Não demorou muito até que ele brilhasse. Um torneio na Suécia  deixou o rapaz por lá mesmo. Iria jogar com outro nome?  Aqui era chamado de Arqui, mas lá não foi necessário nem apelido nem o sobrenome. Bastou uma adaptação. Arquipélago em Sueco é Skärgård. E foi assim que a camisa 10 do seu time recebeu o novo batismo do craque: o brasileiro Skärgård.  Lá fez sua vida. Levou os pais e até alguns amigos para morar junto. Só a irmã não queria largar o Brasil. Apesar dos dois serem muito apegados...
O destino se encarregou do reencontro. Num exame de rotina   Skärgård teve identificado um sério problema nos rins. Só um transplante o salvaria. Sua irmã era compatível. Doou um dos rins e o rapaz em breve pode voltar a atuar pelo time sueco. Em seu retorno, com toda a família no estádio e a alegria incontida dos fãs, uma grande faixa na arquibancada dizia tudo: A Escandinávia salvou o Arquipélago.