Foi bem cedo, lá quando ainda me chamavam de Juninho, que aprendi a contar até 10. Uma façanha, dependendo da idade e do tamanho. Familiaridade com os números, as letras, as palavras. Migrar do papai e mamãe para falar paralelepípedo, helicóptero, saber quanto é 7 x 7, ou 46 x 27. A tabela periódica, onde fica a Mongólia, o denominador comum, o planeta Urano...
Aprender é parte de existir.
Sempre o ambiente nos oferece a oportunidade de saber mais. E desde sempre as
cobranças pelas respostas fazem da vida uma nova segunda-feira a cada dia. Não
tem como fugir, a não ser que optemos pela caverna da mediocridade e a estagnação.
Uma aposentadoria ainda com energia.
Fora isso, com 40 ou mais
a estudante pode sim cursar sua graduação em Biomedicina, embora as colegas
mais jovens acreditem que ela não sabe o que é o Google.
Na verdade, saber quem
ele é trata-se da maior facilidade presente no presente. O que elas não entendem,
ou não querem aprender, é que a maturidade nos ensina mais do que o robozinho
por trás de quase tudo.
Contar até mil, talvez
seja a maior das vitórias de quem não desiste.
Respirar, esperar, compreender,
perdoar, recomeçar, escutar, insistir (não teimar), resistir, acreditar e ainda
sorrir, mesmo que em meio a dor e lágrimas, são lições que lá na fase do contar
até 10 era impossível ensinar pra gente. Até porque, quem lidava conosco lidava
com isso também, só não conseguia passar direito pra frente. Era preciso chegar
nossa hora de aprender a ferro e fogo.
Hora de mais um ponto
final. O de hoje, é claro. Afinal, mais do que saber onde é a Mongólia, é preciso
saber onde estamos.