quarta-feira, 20 de julho de 2011

Entre miados e ronronados

Além de quatro humanos, temos em casa três gatos. O Maurice, o Zoboo Mafú e a Sophie.  Assim mesmo, com ph, para dar charme. E charme ela tem de sobra. É uma gatinha persa, cinza, com uma beleza de parar o gatil. Sonho de consumo da esposa, realizado graças a amigos que nos deram de presente. Os dois machos são o exemplo do felino sossegado. Maurice, carinhosamente chamado de Teteco, é persa também. Branco, com extremidades amarelas, volta e meia fica mais para o bege. A cor indica que, como ele não é um camaleão, está na hora de mais um banho. Se quiser continuar dormindo na cama...
Já Zoboo é o exemplo maior de fidelidade e gratidão animal. Ele foi encontrado por minha filha mais velha, adotado, recebido com honras de herói de guerra. Como forma de expressar seu carinho segue a salvadora por toda a casa, o tempo todo. Com o perdão da comparação, fanáticos que me perdoem, o gato parece um cachorro. Daqueles de cinema, que esperam o dono, vivem pelo dono, morrem por ele. Nosso Zoboo tem outra característica: é gordo, muiiito gordo! Uma barriga desproporcional, que causa algumas dificuldades. Sentar, ou tomar um banho de gato é tarefa de reality show para ele.
Com os três completamos nossa felicidade. Claro que temos as mesmas manias de qualquer dono apaixonado. Falamos com eles, sentimos falta quando estamos longe, e sofremos quando um dá uma escapada. Aquela fugida leva todos da casa para uma perseguição pelo condomínio. Casas de vizinhos, embaixo dos carros, folhagens, tudo minuciosamente filtrado. Ainda bem que tem sido fácil reencontrar a turminha. Nenhum  se especializou  em esconde-esconde.
As tarefas se dividem por segmento e gênero. Mãe e filhas dão o banho. A filha mais nova trabalha mais nesse setor; virou especialista. Eu escovo e tiro os pelinhos embolados. Alimentação é tarefa de todos. Potinho sem água e sem comida, precisa de reabastecimento. Com filhas no território preguiçoso da adolescência, é preciso de vez em quando relembrar que animal de estimação não é um tamagochi. São seres vivos que necessitam de cuidados diários e constantes.
O problema de tanto xodó é conseguir impor limites. Os dois persas praticamente não miam. Mas tem seu jeito peculiar de pedir para entrar e sair do quarto ou ganhar um cafuné extra. Já o Gordo mia. Mia alto, se for preciso. Especialmente quando se sente só. Mas no fundo, no fundo, nenhuma exigência deles é pesada para ninguém.  Pode se dizer que praticamente nos consideram membros da família...