terça-feira, 29 de abril de 2014

Cinema para ouvir


A palavra gênio anda meio surrada. Gente com pouco talento no mundo das artes, do esporte, da ciência, tem sido elevada ao panteão onde vivem os verdadeiros gênios sem merecer estar ali. Não por falta de esforço, mas por não haver mesmo como comparar. Gênio é gênio e ponto. Poucos chegaram lá e um número  limitado   alcançará essa glória, mesmo que alguém queira entrar  sem a senha.

Não corro o risco de ser condenado pela homenagem que faço nesta crônica. O artista que reverencio aqui já foi chamado de gênio por outros gênios, e aplaudido pelo mundo em salas de cinema de Los Angeles a Bangladesh.

Nascido em Frankfurt, Hans Zimmer começou a carreira tocando teclados e sintetizadores com amigos em bandas alemãs. Nos anos 80 mudou o tom e entrou de vez no mundo do cinema. Em 1988, enquanto Dustin Hoffman provava mais uma vez com seu Rain Man que é um ator espetacular, acordes compostos por Zimmer embalavam as cenas daquele filmaço. De lá pra cá o músico acertou em cheio em quase tudo o que fez. Seu toque de Midas musical é algo digno de Nino Rota, Max Steiner, John Barry, Ennio Morricone, Maurice Jarre e  outros  poucos.

Dia desses  falei  para minhas filhas, ao sairmos do cinema, que teria ido ao filme só para ouvir a trilha de Hans Zimmer, mesmo que a película não fosse lá uma Brastemp. Tenho por ele um ouvido apaixonado. Especialmente depois do que fez em O Gladiador,   Batman - O Cavaleiro das Trevas, A Origem, Thelma e Louise, Piratas do Caribe, O Advogado do Diabo e mais recentemente  nos filmes 12 Anos de Escravidão e Divergente. Como podemos ver e ouvir, a lista é longa e cheia de músicas inesquecíveis.

Posso garantir que com a trilha de animações como O Rei Leão, O Príncipe do Egito e Madagascar eu também me remexo muito.

Com as cenas que emoldura em sua belíssima arte de compor e produzir, Zimmer tornou-se excelente e em alguns aspectos, singular. Sou  fã sem carteirinha, já que não pago meia há muito tempo. Mas não tem problema, quando a trilha é dele posso até pagar o dobro, sair e pagar de novo. É gênio!